domingo, 25 de janeiro de 2009

Torcedores ficam divididos com a Operação Tolerância Zero

Um Maracanã diferente. Sem ambulantes, caixas de isopor no chão, varais com camisas de clubes presos nas árvores. Assim estava o estádio na primeiro jogo em que entrou em prática a Operação Tolerância Zero. O decreto de número 30.417 proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas duas horas antes e duas horas após os jogos em um raio de 500 metros do estádio e também reprime o comercio ilegal. A medida, que segue padrões da Fifa, vale apenas para o Maracanã, já que o estádio será palco dos jogos da Copa de 2014.

Apesar do sucesso da operação neste domingo antes da partida entre Flamengo e Friburguense em volta do estádio, a reportagem do GLOBOESPORTE.COM ainda encontrou alguns pontos de comercio ilegal nas ruas de acesso ao estádio e que estão no raio de 500 metros estipulados pelo decreto. Vários ambulantes eram vistos rua Professor Gabizo esquina com a General Canabarro, na Tijuca, vendendo cerveja. Além disso, vários cambistas vendiam ingressos perto do portão 19.

Os torcedores ficaram divididos com a decreto. Alguns, como a estudante Márcia Pires, de 24 anos, apoiavam.

- Sinto que o Maracanã está mais calmo hoje, está mais fácil de andar, tem mais espaço na calçada e menos confusão. Está bem melhor.
Mas outros reclamavam. E acham que a medida não resolve o problema.

- Você não bebe uma gelada aqui em volta do estádio, mas compra normalmente nas ruas de acesso. Se é para proibir o torcedor entrar alterado no estádio é preciso ter um bafômetro na entrada. Caso contrário não muda nada. Quem bebia aqui agora bebe uns metros atrás - disse o engenheiro Diogo Gaspar.

Por volta das 16h, vários torcedores circulavam pelo Maracanã com latas de cerveja nas mãos. Enquanto isso, carros parados de forma irregular eram rebocados. No total, havia seis reboques da Prefeitura em volta do estádio. Um carro de cachorro quente também era levado por fiscais na rua Mata Machado. A polícia militar comemorava a operação e via melhorias no acesso ao Maracanã.

- Antes as pessoas ficavam bebendo aqui fora do estádio e isso prejudicava o trânsito e sempre gerava alguma confusão. Hoje não acontece nada disso - disse o cabo Coutinho, que estava na Rua Eurico Rabelo.

Quem não estava nada satisfeito eram os donos dos bares em volta do Maracanã. A Bar dos Esportes, famoso ponto de concentração de torcedores, exibia um cartaz na parede avisando que não poderia vender bebida alcoólicas devido ao decreto. E pedia a compreensão das pessoas. Um dos funcionários do bar considera que a venda caiu 40% neste domingo. Nas mesas, só refrigerantes.

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