domingo, 7 de junho de 2009

Emerson: o rei árabe transforma-se em sheik sem querer no Flamengo

Nas mãos de Emerson, um papel timbrado dos Emirados Árabes garantia mais de US$ 5 milhões (cerca de R$ 10 milhões) por um contrato de um ano. Ele olhou, pensou e descartou a proposta. Preferiu o Flamengo e assinou nesta semana até julho de 2011, com valores bem mais modestos do que aqueles.

Em uma análise fria como descartar milhões e milhões de dólares? Ele mesmo explica.

- Um amigo meu diz que com dinheiro não se brinca. Mas a decisão foi tomada, pensada e não me arrependo dela.


Foram 11 anos de “exílio” entre Japão e Qatar, com breve passagem pela França. Aos 30 anos, decidiu voltar. Trocou o status de rei em Doha pela possibilidade de viver, enfim, no estado em que nasceu e realizar o sonho de jogar no clube de infância.

- No Qatar era Deus no céu e Emerson na terra. Sem brincadeira. O dono do país era o sheik do meu clube (Al-Sadd). Ele me adorava. Em todos os casamentos da família lá estava eu de terninho acompanhando tudo – declarou Emerson.

Confira a entrevista completa do Sheik:

Por que você decidiu continuar no Flamengo?

Emerson: O primeiro fator foi a identificação que tive aqui. Fiquei 11 anos fora e voltei para o lugar certo. Tive uma longa conversa com a minha família. Meus filhos estão na escola e não gostaria que eles saíssem agora. Estar mais perto da minha mãe (Carmem, de 63 anos) também pesou nessa decisão.

Quando você chegou disse que era um desconhecido no Brasil em busca de afirmação. O reconhecimento nas ruas já mudou?

Sim, mas nada que me abafe. Todo mundo me chama de Sheik. Não sou fã do apelido, mas pegou. Outro dia encontrei um torcedor no shopping e ele falou: “Agora o Flamengo tem o Imperador, o Sheik e o Rei Arthur”. Ele se referia ao Arthuro, que acabou de ser contratado. Achei muito bacana (risos).

O jogo contra o Sport no Recife sempre tem um aspecto extra de rivalidade por causa do título brasileiro de 1987...

É, essa questão ficou no ar. Mas com certeza o título é nosso. O jogo deste domingo não tem nada a ver com aquela disputa. São outros jogadores, outra época. Será normal a torcida deles nos vaiar. Faz parte de todas as partidas.

E a dupla Sheik e Imperador?

Para mim não existe. Aqui é Imperador e Emerson (risos). O Adriano é um jogador com presença de área. Ele segura a atenção de pelo menos dois adversários e abre espaço para mim.

A partir do momento que o Adriano se apresentou, todas as atenções voltaram-se para ele. De alguma forma isso causou ciumeira no grupo?

Jamais tivemos esse sentimento. E acho que posso falar por todos. Não estão reverenciando um jogador comum. Mas sim o Adriano, o Imperador. Um cara vitorioso, que teve problemas e está dando a volta por cima.

Como o Adriano lida com essa superexposição na mídia?

Ele é um cara muito simples. Trata todas as pessoas da mesma forma. O Adriano ganhou o nosso grupo rapidamente.



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