terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ginástica rubro-negra volta às atividades

Nem mesmo o forte calor que fez no ginásio do Flamengo ou o cansaço natural de quem volta aos treinos foram capazes de tirar o sorriso do rosto de Diego Hypolito nesta segunda-feira. A vontade de retomar a rotina era tanta, que ele conseguiu se desligar da ginástica nas férias. Pegou o carro, pôs o pé na estrada, passou por cidades do Sul e do Sudeste, mas acabou tendo que dar uns mortais nos lugares mais inusitados.

- A ginástica é a minha vida. Não consigo não pensar nela mesmo nas férias e já tem competição em março. Acho importante esquecer um pouco, como o Cesar Cielo diz, mas eu não consigo. Lá em Florianópolis tinha uma cama elástica no mar, que foi montada em cima de uma boia. Não tive como não ir. Você pulava e caía na água. Depois, em São Paulo, nos acharam na plateia num show sertanejo e nos chamaram para ir ao palco. Eu não ia dar o mortal, mas todo mundo pediu e eu fiz. Até em boate tive que saltar - diverte-se Diego, que passou o período de folga acompanhado de vários companheiros de seleção e ainda encontrou no Réveillon amigos como Cielo, Carol Gattaz e Bruninho.

Mas o salto maior ele planeja dar este ano. Quer conquistar o título mundial e também o penta da Grande Final da Copa do Mundo. Quer colocar o 'Hypolito 3' no código de pontuação da Federação Internacional, mas depois não pretende utilizá-lo nas séries. Quer se manter no topo na prova de solo e estar entre os primeiros no salto sobre o cavalo. Para isso, conseguiu controlar o peso e resolveu trocar o treinamento japonês para se forçar a ter uma rotina mais rígida.

- Deu certo, foi o melhor ano da minha carreira, mas eu quero voltar a ter regras, a ser obrigado a acordar às 6h30, a chegar em casa supercansado depois do treino. Quero o tricampeonato mundial, liderar o ranking e voltar a fazer os seis aparelhos. Estou feliz porque hoje já consegui treinar em todos eles - disse.

A irmã, Daniele Hypolito, também tinha o que comemorar. Depois de um 2009 marcado por consecutivas lesões e lágrimas, ela já está satisfeita por começar a temporada sem dores.

- Tudo o que quero para esta 2010 é competir bem. Os resultados vão ser consequência do trabalho. O ano passado foi muito difícil para mim. O pior ano de toda a minha carreira porque não conseguia competir. Só fiz isso três vezes ao longo da temporada. Na última, no Brasileiro, disputei três aparelhos mesmo sem liberação médica. Agora estou zerada.

Jade Barbosa também. A grave lesão no punho direito, que a tirou dos campeonatos por 15 meses, deu uma trégua. Sem pressa e sem cobranças, ela já consegue executar movimentos que antes a incomodavam e trabalha para retomar a velha forma.

- Não sinto mais dor, mas não posso abusar. Meu objetivo é voltar a fazer a ginástica que eu fazia antes e me apresentar nas etapas da Copa do Mundo e no Mundial. Consegui me formar no colégio, mas acho que não vou estudar este ano para poder me dedicar totalmente à ginástica. Todo mundo sabe o quanto é difícil a minha recuperação e, por isso, não criam expectativas. E acho que isso é bom.

No primeiro dia de treinamento, os ginastas receberam a visita da presidente do clube, Patrícia Amorim. Eles estão confiantes de que a sua gestão trará benefícios para os esportes olímpicos da Gávea.

- O que passou, passou. O importante é que ela tem conhecimento e visão esportiva clara por ter sido uma atleta de alto nível. Os filhos e o marido vivem na sede. Ela também. O que o Flamengo precisava era de pessoas que colocassem ordem na casa. E Patrícia se cercou de gente que entende de esportes olímpicos - elogiou Diego.

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