sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"Valeu a pena lutar e esperar minha chance"

O dia seguinte a uma grande atuação é sempre especial para um jogador. Ainda mais para um jovem, que tem dez anos de clube e conseguiu passar com louvor em uma prova de fogo. É o caso de Marcelo Lomba. Na Gávea desde 2000, o goleiro disputou na última quarta-feira sua terceira partida como profissional do Clube de Regatas do Flamengo, e não decepcionou. Escalado em cima da hora, por causa de uma lesão do capitão e titular Bruno, Lomba vestiu a camisa 12, aposentada em homenagem à torcida com quem tem grande identificação, e não decepcionou a Nação Rubro-Negra.

Acostumado aos desafios, mas sem o costume de conceder entrevistas coletivas, o arqueiro falou com a imprensa após o treino de quinta-feira e demonstrou muita desenvoltura. Jogador de personalidade forte, mas também de muita humildade, Marcelo não escondeu a felicidade por ter aproveitado bem a grande oportunidade. O goleiro ressaltou a importância de realizar o sonho de jogar como profissional do Flamengo, ainda mais para um garoto que vem das categorias de base do clube, lembrou do jogo pelo CFZ, ainda no mirim, que o fez ser contratado pelo Rubro-Negro, e garantiu estar pronto para novas chances.

Confira os principais trechos da entrevista coletiva de Marcelo Lomba:

A escalação - Sabia que ele (Bruno) tinha sentido um desconforto, mas não achava provável eu jogar. O Bruno não foge de jogo, mesmo quando está sentindo alguma coisa sempre vai para as partidas, mas quando o Andrade me chamou e me avisou, fiquei tranqüilo. Claro que bate adrenalina, ainda mais por ser um jogo de Libertadores, mas tive toda a confiança do treinador, dos companheiros, da comissão, e isso foi fundamental.

Momento mais difícil do jogo - Quando tivemos a desvantagem numérica, sobrou um jogador deles no meio, e acabou complicando muito para o nosso time. Eles chutaram muito a gol, me bombardearam, mas eu sabia que seria mais exigido com a expulsão do Willians, e tive atenção redobrada. Ainda tentei orientar a defesa para se postar bem e acabou que deu tudo certo.

Prova de fogo - Sem dúvidas, foi uma prova de fogo, mas acho que me saí bem. Não tomei gol, entrei para ganhar, estava muito motivado e consegui me sair bem. Queria que o Flamengo ganhasse, ainda mais por ser um jogo de Libertadores. Foi importante garantir os três pontos, e para mim, individualamente, ainda mais sem levar gols.

Base - Pra mim, emociona falar. Tenho orgulho de ser feito no Flamengo. Há alguns anos, muitos criticavam, mas a categoria de base do Flamengo é boa, tem valores, e já provamos que craque o Flamengo fez em casa mesmo. Os juniores têm óitmos profissionais e quanto mais eu puder incentivar meninos que vem da base, sendo exemplo para eles, melhor.A oportunidade para mim custou a chegar, mas trabalhei, ela chegou e a recompensa é muito boa. Vale a pena lutar.

Torcida - Quando torcida gritou meu nome, me deu mais motivação ainda. Já vi vários goleiros, desde o Júlio César, Diego, Bruno, todos sendo aclamados e eu nunca tinha sentindo esse momento. Ali eu falei: "hoje é meu dia de fechar o gol", não só por mim, mas pela Nação assisitndo, pela minha família que estava lá... A diretoria confiou, o Andrade e o Roberto também, e só agradeço a eles. Fico feliz por ter cumprido meu maior objetivo ontem.

Títulos - Todo mundo quer jogar no Flamengo, ainda mais quem vem da base, e quando entra e dá conta do recado, é um sentimento muito bom. Pontecial todos aqui tem. Disputamos o tetra carioca, a Libertadores, e a torcida não se contenta com pouco, quer os dois, e está certa. Temos elenco para isso e o que pudermos ganhar, vamos ganhar.

CFZ - Tenho um grande carinho pelo Zico. É o grande ídolo do Flamengo, comecei no CFZ, e até coincidência, já que hoje estou aqui por causa do CFZ. Venci uma final de Carioca Mirim, em 1999, contra o Flamengo, aqui mesmo na Gávea, e o Anderson Barros, na época, me convidou para vir pra cá, onde estou desde 2000.

Ídolos - Se eu tenho dois ídolos, são Taffarel, porque quando comecei a agarrar era a época da Copa de 94, e ele estava lá pegando os pênaltis, e outro é o Júlio César, porque ele realmente me ajudou muito aqui. Me emprestou luva, chuteira, era consagrado e me ajudou bastante quando eu tinha 17 anos. Não quero me comparar a ele de jeito nenhum. Sou o Lomba, humilde, pé no chão, e vou chegando devegar. Tem espaço para todo mundo, e aos poucos vou aparecendo e dando conta do recado.

Uniforme - Eu sou supersticioso, sempre entro com o pé direito em campo, e essa nova camisa azul deu sorte. Se tiver que jogar no sábado, o que não depende só de mim, depende também do Andrade, vou usá-la de novo (risos).

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