quinta-feira, 17 de junho de 2010

Rogério evita responder se Bruno será mantido como capitão do time

Na teoria do futebol, o capitão do time é aquele jogador que deve ser a voz de comando do treinador dentro de campo, uma liderança para os companheiros e o primeiro no grupo a dar o exemplo. Talvez por isso Rogério Lourenço não tenha respondido se vai manter Bruno, que a cada dia aumenta o seu histórico de polêmicas, nesta condição. Apesar de dizer que não vai tolerar qualquer tipo de desrespeito, o treinador não se posicionou de maneira rígida diante do comportamento do goleiro nos últimos dias. Só fez isso para defender a mudança na comissão técnica, uma das causas do descontentamento do camisa 1.

Rogério tratou de botar panos quentes na insatisfação de Bruno com a demissão do preparador de goleiros Roberto Barbosa, e evitou se indispor logo no reinício dos trabalhos. Preferiu o voto de confiança. Mas deu indícios de que não vai tolerar qualquer tipo de atitude que prejudique a imagem do clube.

Na última terça-feira, Bruno chegou atrasado ao treino, ficou fora da roda formada para Zico se apresentar ao grupo, alegou dores nas costas, não treinou com os companheiros e foi embora mais cedo. Na quarta-feira, chegou pontualmente, não cumprimentou o seu superior imediato (o novo preparador de goleiros, Cantarelli) nas duas vezes que passou por ele, questionou jornalista e treinou demonstrando que as dores haviam sumido.

- Bruno é uma pessoa espetacular. É um dos primeiros a chegar e o último a sair. Ele é jovem e vinha trabalhando há muito tempo com aquele treinador de goleiros. É uma reação que pode ser normal. Uns sofrem mais, outro menos. Mas não houve desrespeito (com o Cantarelli). O chefe dele sou eu, e comigo ele falou. Terça ele se atrasou alguns minutos, falou com Zico no vestiário, comigo no campo... Nesses trabalhos iniciais que são comandados pela preparação física vai ser comum eu não falar com alguns jogadores também – minimizou Rogério, antes de mandar um recado. - Nós contamos com ele do jeito que ele é. Mas se algum jogador não está satisfeito, acho que ele tem de conversar e buscar seu espaço em outro lugar. Não queremos ninguém assim aqui.

A postura diplomática do treinador segue a linha de Zico, que também minimizou as reações de Bruno. Mas a torcida e alguns jogadores rubro-negros já questionam a sua liderança. Veladamente, companheiros de grupo não concordam que a braçadeira de capitão deva seguir com alguém que não tem servido de exemplo e dá claros sinais de insatisfação no Flamengo. Em redes de relacionamento na Internet, torcedores também têm feito ínumeras críticas ao goleiro, que só em 2010 esteve envolvido em várias polêmicas como, por exemplo, a confusão envolvendo Adriano e sua ex-noiva numa favela do Rio de Janeiro, e a agressão a Petkovic, no intervalo do jogo contra o Universidad Católica, no Chile, pela primeira fase da Libertadores.

Rogério só foi duro na hora de defender a nova comissão técnica. Ele agradeceu aos que foram demitidos e elogiou a qualidade dos que foram indicados por ele: o seu auxiliar, Marcelo Buarque, os preparadores físicos Toninho Oliveira e Diogo Linhares, e Cantarelli.

- Estão dando muita ênfase a isso (mudança), como se nunca tivesse acontecido no futebol. Acontece toda hora nos clubes, não será a primeira vez nem a última. A capacidade dos profissionais que estavam aqui é indiscutível. Mas a vida segue. Como treinador, passei para a diretoria o que eu acho certo e errado. Eu via uma necessidade de mudança em algumas coisas e elas aconteceram. Não houve nenhum problema particular com ninguém. E os profissionais que estão chegando têm de ser valorizados. Não está chegando qualquer um – defendeu Rogério.


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