sexta-feira, 16 de julho de 2010

Patrícia Amorim pretende processar Bruno e demiti-lo por justa causa

A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, revelou nesta sexta-feira, em entrevista à TV Globo, que o clube pretende processar o goleiro Bruno por danos à imagem da entidade e demiti-lo por justa causa pelo suposto envolvimento no sumiço de Eliza Samudio. A gota d'água teria sido um comunicado da Batavo, uma das patrocinadoras do clube, que teria dito ao clube que não gostaria de ter a marca da empresa sendo veiculada em uniformes dos jogadores que estivessem comentando o ocorrido com o goleiro.

A decisão da presidente tem o respaldo da comissão de notáveis formada pelo clube para estudar o caso, disse o vice-presidente jurídico do clube, Rafael de Piro. O grupo, composto pelo advogado Mário Pucheu, o juiz federal Theophilo Miguel e os desembargadores Marcus Faver, Siro Darlan e Walter D'Agostino, Marcelo Antero e José da Fonseca Martins Júnior, concluiu que há elementos para aplicar a justa causa mesmo que o goleiro venha a ser inocentado.

- A comissão entendeu que por conta do episódio a situação do atleta com o clube e o se tornou insustentável e decidimos pela justa causa... O desgaste que ele já causou é suficiente para isso, por mais que ele venha a ser inocentado depois – disse Rafael de Piro ao GloboEsporte.com.

A dirigente disse ainda que se sentiu assustada diante da (falta de) reação do goleiro Bruno ao conversar sobre as acusações que lhe são feitas pela Justiça no caso. Ela conta como foi ter de encarar o protagonista do caso que surpreendeu todo o país, e principalmente a torcida rubro-negra, e dizer que ele teria o contrato com o clube suspenso enquanto durassem as investigações.

- Ele me olhou no olho. Naquele momento não estava abatido, não tinha nenhum tipo de situação conflitante em que você poderia notar tristeza. Nós estávamos curiosos, mas não perguntamos nada. Ele disse que era inocente, disse que gostava do Flamengo, não queria prejudicar a imagem do clube, e aceitou.

Patrícia Amorim também conta a sua reação diante dos fatos, e revela que Bruno pediu para conversar com os jogadores do Flamengo no vestiário.

- Eu levantei, fiquei olhando a foto do Centro de Treinamento. Não conseguia conviver com aquela situação. Ele ainda queria conversar com os jogadores no vestiário, mas o Isaías (Tinoco, supervisor de futebol) disse que não seria bom. Ele estava muito tranquilo, muito tranquilo. Olhava no olho. Aquela tranquilidade me assustou, porque nenhum de nós estava tranquilo. Foi dificil, complicado. Depois ele saiu pela quadra, e eu vi na internet que ele disse que ainda iria rir da situação. A gente não estava rindo - finalizou Patrícia Amorim.

A partir do caso Bruno, o Flamengo decidiu incluir em todos os novos contratos dos jogadores uma cláusula que prevê sanções judiciais caso o atleta se envolva em situações que denigram a imagem do clube publicamente.

Confira abaixo a íntegra da cláusula:

"O atleta X (colocar o nome do atleta), se obriga expressamente em honrar a imagem e o bom nome do CRF e de seus patrocinadores, mantendo conduta ilibada dentro e fora de campo, observando as regras de boa conduta e imagem pública que lhe são pertinentes, sob pena de rescisão imediata do contrato, sem qualquer ônus para o CRF. §1º - A inobservância do disposto nesta cláusula acarretará sanções legais ao atleta e quem mais tiver dado causa à violação, respondendo administrativa, civil e criminalmente, inclusive por danos morais, materiais e à imagem, sem prejuízo de outras medidas judiciais cabíveis."

A entrevista completa de Patrícia Amorim você confere neste sábado, no Globo Esporte, que começa às 12h45m (de Brasília).




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