terça-feira, 7 de setembro de 2010

Edu, do Inter, trata com Silas de transferência para o Flamengo

O telefone de Edu toca. Do outro lado da linha, está Silas, técnico do Flamengo, insistindo para que o atacante do Inter rume para o Rio de Janeiro, vista rubro-negro, mergulhe na missão de fazer o clube de maior torcida do Brasil crescer na tabela do Campeonato Brasileiro. As tratativas estão em andamento, mas se inclinam para um final que não é o esperado nem por Silas, nem por Edu. Além de todas as pendências naturais de uma negociação entre dois clubes do tamanho de Inter e Flamengo, pesa uma questão familiar.

É que Edu não aceita se separar da família. E, ao mesmo tempo, não acha uma boa ideia fazer as duas filhas (Camila, de oito anos, e Gabriela, de três) trocarem de colégio. Elas foram educadas na Espanha, onde o jogador foi ídolo do Bétis. Especialmente no caso da mais velha, é importante ter um ano letivo linear no Brasil, sem interrupções. Aí está a preocupação de Edu e, consequentemente, um entrave na negociação.

- O Silas entrou em contato comigo e me perguntou se eu tinha interesse em trabalhar com ele. Eu disse que é interessante para qualquer jogador atuar no Flamengo. Mas não discutimos tempo de contrato, valores, nada. Há uns três ou quatro dias, ele me ligou de novo. E disse que o Zico tinha aceitado. Hoje, o que mais pesa é minha situação familiar. Minha filha maior, ao vir para o Brasil, teve um pouco de dificuldade com a alfabetização. Faltam menos de três meses para terminarem as aulas. Não seria bom mudar – disse o jogador.

Celso Roth, Edu e Andrezinho. InterTécnico Celso Roth vem utilizado pouco o meia-atacante

Edu poderia ir para o Rio de Janeiro e esperar o fim do ano letivo para rever a família. Mas ele diz que não seria feliz distante da esposa e das filhas. O jogador segue analisando a situação, pesando prós e contras, para não ter dúvidas do que fazer se Flamengo e Inter chegarem a um acordo.

Enquanto isso, ele lida com a própria insatisfação no Inter. Edu pintou bem no São Paulo e logo rumou para a Espanha, onde virou ídolo do Bétis, colecionou gols, teve sequência. No Beira-Rio, aconteceu justamente o contrário. O jogador sequer vem sendo relacionado para as partidas.

- Não é uma situação cômoda. Vocês acompanham os treinamentos, sabem que nunca baixei a guarda, mas eles, infelizmente, não têm contado comigo. O fato de eu não estar jogando me desvaloriza muito – comentou o atleta, que prefere falar pouco sobre o Inter.

Edu diz que também conversou com Mano Menezes quando o treinador estava no Corinthians e que teve contatos com Muricy Ramalho, técnico do Fluminense. A diretoria do Inter entende que o jogador realmente não deu certo no Beira-Rio e até aceita negociá-lo, mas o meia-atacante tem um salário alto, e os valores atrapalham as negociações. O Flamengo representa uma nova esperança para o atleta.

- Aconteça o que acontecer, eu agradeço muito ao Silas e ao Zico pela lembrança. Com o Zico, não cheguei a conversar, mas o Silas me disse que ele aprovou minha contratação. Isso é muito importante para mim – afirmou Edu.


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