sexta-feira, 5 de novembro de 2010

D2 x Império do Amor: Deivid e Diogo custam mais e rendem menos

Eles chegaram sob as bênçãos de Zico, o maior ídolo rubro-negro. Na pomposa apresentação no salão nobre da Gávea, receberam o “passe” do Galinho, então diretor-executivo de futebol do clube. “A bola está com eles”, disse o então dirigente. Antes mesmo da estreia, viraram salvadores da pátria. O Rubro-Negro contratava, enfim, substitutos bem conceituados, capazes de substituir Adriano e Vagner Love. Estava formado o ataque D2, que ganhou letra e música.

Há pouco mais de dois meses no clube, Diogo e Deivid não vingaram. Motivos para o baixo rendimento são apontados pelos próprios. Fator 1: ambos passaram muito tempo no futebol europeu (Diogo, dois anos; Deivid, cinco). Fator 2: chegaram ao clube longe da forma física ideal e sentiram o ritmo intenso do futebol brasileiro. Fator 3: a readaptação ao estilo de jogo é lenta. Fator 4: de cara, viram a Gávea ferver numa crise política e o time passar por mudanças no comando técnico.

Fato é que os números são marcadores implacáveis. Diogo, 23 anos, disputou 14 partidas com a camisa rubro-negra até então. Fez apenas um gol. Foram 12 jogos de um longo e incômodo jejum.

- O maior da minha carreira - frisou, em recente entrevista.

D2 x Império do Amor

Adriano

Jogos em 2009: 30
Gols: 19
Jogos em 2010: 18
Gols: 15

Vagner Love

Jogos em 2010: 29
Gols: 23

Diogo

Jogos em 2010: 14
Gols: 1

Deivid

Jogos em 2010: 15
Gols: 4

Deivid, 31 anos, atacante de currículo abarrotado de títulos, avisou que só poderá render aquilo que se espera em 2011. Enquanto isso, ajuda como pode. Em 15 jogos, fez quatro gols. É o vice-artilheiro da equipe na competição. Esta atrás do meia Petkovic, que tem cinco, e ao lado de Vagner Love, que antes de voltar ao CSKA, da Rússia, disputou cinco partidas do Nacional.

O custo-benefício do ataque D2 decepciona. O rendimento é bem diferente dos 38 gols que os integrantes do Império do Amor marcaram no primeiro semestre. Claro que cabe a ressalva de que muitos tentos foram em equipes pequenas do Campeonato Carioca. Mas é como se Adriano e Vagner Love ainda rondassem a Gávea.

A linha de frente atual é mais cara do que a anterior. Em 2009, o Flamengo desembolsava R$ 165 mil mensais para pagar o Imperador. Ele ainda recebia R$ 250 mil da Olympikus, fornecedora de material esportivo - o atacante comandou o time na conquista do Brasileirão. Antes de voltar ao Roma, da Itália, Adriano disputou o Estadual e a Libertadores da América. Na virada do ano, ganhou um aumento de R$ 100 mil em luvas, totalizando R$ 265 mil da parte do clube. Com a contratação de Vagner Love, o Fla passou a desembolsar mais R$ 360 mil. Desta forma, saíam dos cofres R$ 625 mil mensais para custear o Império do Amor.

Deivid e Diogo, juntos, custam ao Rubro-Negro quase R$ 710 mil por mês em salários. Adiciona-se a essa conta as 11 parcelas de R$ 218 mil do empréstimo do camisa 43 pagas ao Olympiacos e surgirá a conta total: R$ 928 mil por mês.

A diferença de R$ 300 mil aos cofres não compensou em campo. O Flamengo vai mal na tabela, está na 13ª posição no Brasileiro e ainda luta para evitar o rebaixamento. Mas, pelo menos, o preço alto tem algum benefício. A diretoria não pode se queixar de ausências e farras noturnas (públicas) dos novos atacantes.

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