terça-feira, 16 de novembro de 2010

Fé na experiência: na reta final, Fla aposta em medalhões para se salvar

Nem todos vivem boa fase, o fôlego não é mais o mesmo, mas ainda assim eles carregam a esperança do grupo. A expectativa é de que na hora decisiva possam evitar o pior. O momento chegou para Léo Moura, Juan, Ronaldo Angelim, Maldonado, Kleberson, Petkovic, Renato e Deivid. Com exceção do lateral-esquerdo, todos estão na casa dos 30 anos, têm bagagem. Em comum, títulos pelo Flamengo e por clubes importantes do futebol brasileiro e do exterior, inclusive de Copa do Mundo. Se a permanência do Rubro-Negro na Primeira Divisão depende de todos, como a maioria dos jogadores prega, sobre eles a carga é maior.


A responsabilidade também é imensa para o homem que está no banco de reservas. Vanderlei Luxemburgo tem uma coleção de títulos. Sua maior glória é o pentacampeonato brasileiro. Ninguém ganhou mais. Além disso, foi treinador do Real Madrid, da Espanha, e da Seleção Brasileira. Na terceira passagem pela Gávea (1991 e 1995 foram as anteriores), carrega o rótulo de salvador.

- O Flamengo tem capacidade para brigar lá na frente. Só vivemos um momento delicado. Só isso. Nosso grupo tem jogador que disputou duas Copas do Mundo, artilheiro de campeonato, jogador que ganhou prêmio de melhor do campeonato, treinador que ganhou cinco títulos brasileiros, o plantel é muito bom. Não somos piores que ninguém – disse o meia Renato.

São atletas que conhecem o peso da camisa do Flamengo, para o bem e para o mal. Têm a dimensão exata do que significa vestir vermelho e preto e representar o clube mais popular do país.

- Quem joga no Flamengo tem de estar ciente da cobrança que vai ter, para título ou rebaixamento. A pressão aqui é constante. Quando o momento é bom, é alegria, emoção, motivação. O jogador se empolga e faz coisas que você até duvida. Quando a luta é contra o rebaixamento, o clima é tenso, pesado. Precisamos trabalhar com tranquilidade, convocar a torcida para o próximo jogo, torcida que sempre fez e vai fazer a diferença. Vai comparecer, nos ajudar e aí é sonhar. Não há motivo para desespero. Para que isso aconteça, que todos estejam do nosso lado. É um momento delicado, precisamos tirar forças do além – frisou o camisa 11.

E realmente precisam. O Flamengo está sob ameaça de rebaixamento, apesar de não ter figurado no Z-4 em nenhuma rodada do Nacional até então. O time é o 14º, com 40 pontos, apenas três à frente do Avaí, o primeiro da zona de degola.

- Temos jogadores e técnico de qualidade, pessoas que decidiram campeonatos. Se formos analisar, o Corinthians passou por um momento delicado e foi para a Segunda Divisão, o Palmeiras também, o Atlético-MG. São momentos que acontecem com qualquer clube. Temos de saber disso e botar a cabeça no lugar. É só ter calma que vamos sair desta situação – ressaltou.

Deivid chegou no Flamengo em agosto. Faz pouco tempo, mas ele tem consciência da missão que o grupo carrega.

- A situação não assusta porque só depende de nós. Nós temos que entrar concentrados, cada um puxar um pouco da responsablidaide, usar a experiência. Que o torcedor vá ao estádio e encha o Engenhão. Sei que o acesso ao local é complicado, difícil, mas dependemos muito desta força para, juntos, conseguirmos a vitória - comentou.

Neste sábado, o Fla recebe o Guarani, no Engenhão, às 19h30m (de Brasília). Trata-se de um adversário direto. O Bugre tem 37 pontos e está em 18º. Uma vitória praticamente resolve a situação do Rubro-Negro no campeonato.

Léo Moura: 32 anos (305 jogos e 38 gols)

Dos hexacampeões, é um dos poucos que manteve a boa fase. Virou capitão da equipe e recentemente completou 300 jogos no clube. Além do título nacional, Léo Moura foi tricampeão carioca (2007, 2008 e 2009) e campeão da Copa do Brasil de 2006 pelo Flamengo.

Juan: 28 anos (253 jogos e 32 gols)


Não vive um bom momento. O contrato do camisa 6 termina no fim de dezembro e ainda não houve negociação para renová-lo. Por outro lado, conhece bem o clube e está acostumado aos momentos decisivos.

Ronaldo Angelim: 34 anos (251 jogos e 16 gols)


Também é tricampeão carioca, campeão da Copa do Brasil e do Brasileirão 2009. Angelim chegou a ser reserva nesta temporada, mas recuperou espaço e tem a confiança de Vanderlei Luxemburgo.

Petkovic: 38 anos (194 jogos e 57 gols)

Bicampeão carioca pelo Fla (2000 e 2001), campeão da Copa dos Campeões (2001) e destaque da conquista do hexa, no ano passado. Pet não é mais um garoto. Na partida contra o Atlético-MG, por exemplo, foi escolhido por Luxemburgo para substituir Renato (suspenso) por conta da experiência. Não foi bem e saiu no intervalo. A idade tem sido a maior adversária do sérvio. Os gols de falta andam sumidos, mas muitos rubro-negros ainda confiam no camisa 10.

Renato: 32 anos (149 jogos e 49 gols)

Renato está acostumado com clubes de massa. Além do Flamengo, jogou e ganhou títulos no Corinthians. Pelo Rubro-Negro, conquistou o Carioca de 2007 e a Copa do Brasil de 2006. Tem identificação com o Fla e com os torcedores. Depois de um período de recondicionamento físico, melhorou seu desempenho e tem como qualidade as cobranças de falta de longa distância.

Kleberson: 31 anos (124 jogos e 18 gols)

Pentacampeão em 2002, Kleberson foi reserva da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da África do Sul. No Fla, além de campeão brasileiro, ganhou o bi do Carioca, em 2008 e 2009. Tem jogado pouco, mas ainda pode ser útil pela experiência.

Maldonado: 30 anos (38 jogos e um gol)

Voltou a ser titular com a chegada de Luxemburgo. Campeão brasileiro no ano passado, é homem de confiança do treinador.

Deivid: 31 anos (16 jogos e quatro gols)

Deivid é um atacante de currículo abarrotado de títulos (bicampeão brasileiro, bi da Copa do Brasil, campeão mineiro, do Rio-São Paulo e campeão turco), mas avisou que só poderá render aquilo que se espera em 2011. Sentiu o ritmo na volta ao Brasil, depois cinco anos na Europa, e não é titular absoluto. Como os artilheiros não esquecem o caminho do gol, há esperança de que ele possa desencantar nas últimas três partidas.

Vanderlei Luxemburgo: 58 anos

Vive um ano difícil, saiu do Atlético-MG pela porta dos fundos e com o Galo na zona de rebaixamento. Na terceira passagem pela Gávea, luta para manter o Fla na Primeira Divisão. O currículo vitorioso impressiona e motiva os jogadores. Ainda não conseguiu dar um padrão de jogo para a equipe, especialmente ao ataque. Em oito partidas, foram duas vitórias, quatro empates e duas derrotas.

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