terça-feira, 16 de novembro de 2010

Realidade do Flamengo é oposta à frase de Patrícia Amorim

“Pago salário e faço a minha parte”. A frase de Patrícia Amorim não caiu bem no elenco do Flamengo. Se na entrevista coletiva Renato tratou de incluir a presidente no barco que navega na tormenta contra o rebaixamento, internamente a declaração teve ainda mais reprovação.

Tudo porque a política financeira do clube não vai tão bem quanto é alardeado. Há um foco crescente de insatisfação no elenco por causa do pagamento de luvas de renovações contratuais e contratações. Renato, Diogo, Deivid, Val Baiano, Willians são alguns dos que têm parcelas – de valor elevado - atrasadas.

O próprio pagamento dos ordenados incomoda. Enquanto em empresas o dinheiro é depositado até o quinto dia útil do mês, no Flamengo havia um acordo antigo para quita-los até o dia 25. Entretanto, na gestão de Patrícia o prazo foi ampliado para o dia 30.

A situação salarial se mantém porque há a uma linha de crédito implantada em 2009. O ex-vice de finanças José Carlos Dias foi o mentor da ideia que criou o antídoto contra salários atrasados. O clube tem um fundo exclusivo para efetuar os pagamentos de funcionários e jogadores. A conta tem limite de R$ 7,5 milhões e só engloba os salários pagos em regime de CLT, excluindo atletas que recebem extra em direito de imagem.

Para evitar que haja sobrecarga no "cheque especial", o Flamengo criou mecanismos para não estourá-la. Algumas receitas anuais são depositadas diretamente na conta para quitar o débito. Os juros são normais de mercado.

- Está tudo funcionando direitinho, como imaginamos quando a ideia foi à votação no Conselho - disse José Carlos Dias.

Os funcionários, por outro lado, reclamam que o clube não ofereceu o reajuste anual da categoria. A sugestão era de aumento de 8%, mas o Flamengo não aceitou e tampouco entrou em acordo para evitar demissões.

Recentemente, um funcionário graúdo da área financeira, Luiz Gomes, foi demitido e o clube entrou em acordo. O vice de finanças Michel Levy não atendeu as ligações para justificar os problemas. O dirigente sofre forte resistência interna e é acusado de “esquecer” as dívidas da gestão anterior para manter as contas em dia.


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