domingo, 21 de novembro de 2010

Saiba 5 mandamentos de Luxemburgo para ficar imune à crise

A situação aperta, mas Vanderlei Luxemburgo raramente parece estar pressionado. Mais confortável depois de conseguir vitória sobre o Guarani, no sábado, o treinador flamenguista sorri tanto após o jogo como no dia de um título. São situações que fazem parte do que pode ser chamado de manual de conduta.

O treinador do Flamengo repetidamente segue falando em projetos e, por exemplo, foi pouco questionado por passar uma semana próximo da zona de rebaixamento enquanto o clube fazia 105 anos de aniversário. Com um grife que poucos têm, Luxemburgo tem seus mandamentos para manter a imagem mesmo com resultados abaixo de seu currículo. Confira a lista dos mandamentos:

Apresentar um "novo projeto"

Luxemburgo teve carta branca no Palmeiras em 2008, mas admitiu erros estratégicos ao montar o elenco que perdeu o título brasileiro para o São Paulo. Contratou jovens para o ano seguinte, mas se eximiu de responsabilidades e dizia que o time era para o futuro. Jorginho assumiu seu lugar e virou líder do Brasileiro.

O treinador passou pelo Santos de forma breve, deixou Neymar e Ganso repetidamente entre os reservas e sempre disse que não havia potencial. Com poucos ajustes e o acréscimo de um Robinho, Dorival Júnior venceu tudo no primeiro semestre do ano. Luxemburgo contratou mais de 20 jogadores para o Atlético-MG, que não precisou passar pelo Cruzeiro para ser campeão mineiro, mas agonizou no Brasileiro. Dorival, novamente com quase o mesmo grupo, tem resultados.

O treinador do Flamengo já ensaia o repetido discurso de reformulação para 2011 em meio à ameaça do rebaixamento. "Escalei Deivid e Diogo porque foram contratados para resolver o problema do clube", citou no sábado. "Já coloquei que nosso projeto é ir para a Sul-Americana".

Transformar fatos negativos em positivos

Em nove jogos, Luxemburgo não conseguiu repetir a escalação do Flamengo nenhuma vez, embora tenha tido poucos problemas com o elenco. Criticado por isso, diz que "mantém todos motivados", escondendo a dificuldade em definir um time titular ideal. "Faço uma competição entre os jogadores", afirma.

Depois de lançar surpreendentemente o jovem Guilherme Negueba como titular contra o Atlético-PR e apostar nele diante do Atlético-MG, voltou atrás. Segundo ele, porque "é preciso preservar os moleques que serão campeões". Em seus dois trabalhos anteriores, Luxemburgo preteriu as bases santista e atleticana, duas das melhores do País.

Evocar a própria história

Luxemburgo não vence um título nacional há seis anos, mas ainda tem uma grife atraente. Em seu terceiro trabalho consecutivo sem resultados, recorre repetidamente ao passado para tentar amenizar as decepções. Neste sábado, se colocou até ao lado de grandes nomes da Europa.

"Minha história não vai ser esquecida, mas as pessoas esquecem. Não consegui ganhar todos os campeonatos, mas Alex Ferguson e Fabio Capello também não ganharam. Sou homem de projeto e de fazer as coisas acontecerem. É difícil falar para eles ganharem um jogo que é contra o rebaixamento", disse depois de bater o Guarani, em casa, por 2 a 1.

Cativar os repórteres

Brincadeiras, palavrões que sugerem simplicidade, abraços e tapinhas nas costas. É assim que Vanderlei Luxemburgo conquista a confiança de alguns dos repórteres que cobrem o Flamengo novamente rondado pelo rebaixamento. Em Minas Gerais, tinha a seu favor uma imprensa e torcida normalmente tolerantes com crises atleticanas. No Santos, chegou a se reunir com o maior jornal da cidade para pedir trégua contra críticas que recebia.

Criticar árbitros até nas vitórias

Grudado à orelha do bandeirinha durante 90 minutos, Luxemburgo conseguiu reclamar mesmo após vitória e em jogo de atuação irretocável do trio dirigido por Wilton Pereira Sampaio. Segundo ele, o auxiliar inverteu e assinalou faltas desnecessárias no primeiro tempo. "Depois do intervalo, ele parou com isso", disse insinuando que sua pressão tenha surtido efeito.


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