quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mudança no processo eleitoral do Flamengo está em pauta

 
O estatuto do Flamengo poderá sofrer algumas alterações e uma das principais é sobre o processo de votação. O clube poderia voltar a ter eleições indiretas para a escolha do presidente.

Pouco mais de 300 pessoas teriam direito ao voto. O número é quase 18 vezes menor do que o quadro de sócios que pôde participar do pleito de 2009, que elegeu a mandatária Patricia Amorim.

Outras propostas também estão em pauta no substitutivo que foi elaborado por um grupo de conselheiros rubro-negros.

O Conselho Fiscal, por exemplo, se tornaria um órgão assessor e vinculado ao Conselho Administrativo do clube.

Na segunda-feira, 28 de março, houve uma reunião na Gávea entre esses membros, na qual foi ajustado e revisado o texto que será entregue ao Conselho Deliberativo.

As emendas terão um prazo de 90 dias para serem apreciadas e votadas pelo sócios do Flamengo em um plenário aberto.

Todas as medidas são tratadas internamente. Walter D'Agostino, que lidera a comissão, não adiantou quais propostas foram discutidas:

– Já terminamos as ideias e colocamos tudo no papel. Agora o projeto vai passar por um processo de purificação. Vamos corrigir os erros de português e dar uma enxugada. Mas não posso revelar os detalhes.

Onurb Bruno, relator do substitutivo, também preferiu não confirmar as mudanças.

Nas próxima semanas, a cópia do projeto será entregue ao presidente do Conselho Deliberativo. Sylvio Capanema, no entanto, preferiu adotar a cautela.

– A cópia ainda não chegou, então não posso comentar nada – disse o presidente do Conselho.

Proposta ganha críticas

Responsável por promover as eleições diretas no Flamengo, a partir de 1988, o ex-presidente Márcio Braga é contra a proposta de mudança do processo eleitoral vigente no clube.

– É um absurdo tirar o voto. Devemos sempre ampliar a representação para acontecer um processo democrático – pregou.

O ex-dirigente lembra que a representatividade de toda a torcida do Rubro-Negro não deve ser reduzida apenas a um grupo.

– Somos 30 milhões de torcedores. Temos rubro-negros dentro e fora do estado. O ideal seria ampliar a representação, mas como fazemos isso? Temos de fazer uma eleição direta e definir qual é a assembleia – ponderou.

A presidente Patricia Amorim compactuou com o discurso de Márcio Braga e também condena a possibilidade da alteração no pleito.

– Ainda não recebi a cópia com as propostas, mas a mudança para as eleições indiretas é um retrocesso. Para mim, quanto mais democrático, mais aberto, melhor – comentou.

A mandatária rubro-negra, inclusive, exaltou a mudança promovida por Braga e que perdura ainda.

– Essa mudança aconteceu na época em que ele era deputado e vivíamos um momento de luta pela democracia. Não sei por que mudaríamos isso agora – questionou.

O processo eleitoral no Flamengo

Quem pode votar
Sócios proprietários com mais de dois anos de vida social ativa (precisa estar em dia com o clube), sócios patrimoniais/contribuintes com mais de três anos de vida social ativa (precisa estar em dia com o clube), eméritos, beneméritos, grandes beneméritos, remidos e laureados. É preciso ter mais de 18 anos.

Como foram as últimas eleições
Em 2009, seis candidatos disputaram as eleições. Eles receberam votos de 2.432 sócios. Naquele ano, 5.315 sócios tinham direito a voto.

Próximo pleito
O Flamengo terá novas eleições em 2012. O número de associados com direito a voto só é divulgado em data próxima à realização do pleito.

Como seriam as eleições
A proposta dos conselheiros é para que o clube volte a ter eleições indiretas. Dessa maneira, apenas parte dos conselheiros teria poder de escolher o novo presidente do Flamengo. Os responsáveis pela proposta para a mudança não confirmam as alterações.


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