quarta-feira, 1 de junho de 2011

Brasil Afora: Porto Alegre mantém aposta na base apesar do descenso

Com apenas quatro anos de existência, o Porto Alegre Futebol Clube conquistou a Segundona do Campeonato Gaúcho em 2010 e ganhou o direito de disputar a elite em 2011. Foi o ápice da curta história de um clube idealizado e fundado por Assis Moreira, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho. Mas ao chegar na Primeira Divisão, o time não foi muito bem. Em 14 partidas, obteve apenas uma vitória - além de três empates e dez derrotas - e foi rebaixado. Nada que fizesse mudar a meta de revelar jogadores.

CT do Porto Alegre FC (Foto: Divulgação / Site Oficial) 
 CT do Porto Alegre na capital gaúcha (Foto: Divulgação / Site Oficial)

Com a convicção de que está no caminho certo, Assis chuta para longe os boatos de que o clube não disputaria mais jogos com o time profissional. Garante a presença na Segundona do ano que vem e de novo com um time jovem.

- Os clubes que têm pouca torcida precisam focar na base, pensar a longo prazo para, pouco a pouco, ir construindo sua força. Isso (fechar o time profissional) não existe. Com certeza vamos brigar para subir de novo no ano que vem - explicou Assis.

escudo do Porto Alegre FC (Foto: Divulgação / Site Oficial)
Um Porto Alegre forte é o que aguarda também o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Novelletto. Apesar de admitir que prefere clubes tradicionais, o dirigente torce para que Assis consiga tornar o Porto Alegre um clube grande.

- É melhor ter um Brasil de Pelotas (do que um Porto Alegre), mas também é aquele negócio: o torcedor vai atrás de quem está ganhando. Se o Porto Alegre começar a ir bem, vai despertar o interesse de novos fãs. Não tenho nada a reclamar, apenas a falta de interesse do Assis, que aparece pouco por aqui. Quero deixar claro que nunca houve problema com o Porto Alegre, é um clube que sempre cumpriu o que foi pedido, mas o Assis meio que atirou o clube para que outra pessoa tomasse conta. Uma vez, em uma reunião, ele disse que faria frente a Grêmio e Inter e eu fiquei feliz com isso. Mas ainda não aconteceu - disse Novelletto.

Escudo do Porto Alegre FC (Foto: Divulgação)

Assis garante que já voltou a morar em Porto Alegre. Ele ficou um tempo no Rio de Janeiro no começo do ano por causa do acerto de Ronaldinho Gaúcho com o Flamengo. Agora, quer ver de perto o crescimento do jovem Porto Alegre e acompanhar o seu clube brigando de igual para igual com os grandes e, quem sabe um dia, tendo seu irmão no próprio time.

- Nunca pensei nisso. O Ronaldo está longe do fim dessa carreira, e eu, particularmente, acho que vai continuar por muito tempo jogando em alto nível. Com toda nossa humildade, se no futuro o Porto Alegre estiver bem, podemos ver essa possibilidade - declarou Assis.

assis e Ronaldinho Gaucho coletiva Copacabana Palace (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com) 
Assis e Ronaldinho Gaúcho no Rio de Janeiro (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
"Joga Alegre"

Fundado em 2006 como Porto Alegre Futebol Clube, a agremiação na verdade existe desde 2003. Era o Lami Futebol Clube, criado por Antonio Raul Gonçalves Fraga, que adquiriu a marca Porto Alegre três anos depois. O então presidente era amigo de Assis Moreira e passou o clube para o empresário. O irmão de Ronaldinho Gaúcho passou a investir na infraestrutura do clube.

O Porto Alegre também inovou. Passou a fazer peneiras com crianças e adolescentes de comunidades carentes o ano inteiro, com exceção das férias escolares do verão, em um projeto chamado Joga Alegre.

Projeto Joga Alegre do Porto Alegre FC (Foto: Divulgação / Site Oficial)
Assis escolheu um ex-companheiro de categorias de base do Grêmio para coordenar o projeto. Márcio Peres, que também jogou no Botafogo na década de 80, revelou que o Joga Alegre será ampliado.

- A gente traz essas crianças dos bairros e elas ficam aqui terça, quarta e quinta. Passam por uma fase de adaptação de um mês e quem se sobressair fica. Estamos pensando também em tornar esse projeto itinerante, indo tanto aos bairros quanto às cidades do interior para que eles não precisem vir aqui - explicou Márcio Peres.

O projeto conta hoje com 100 meninos e já rendeu frutos ao clube. Mais de 20 foram incorporados aos times da categoria de base. Mais de 50% da equipe juvenil é oriundo do Joga Alegre, e outros cinco disputaram o Campeonato Gaúcho profissional este ano: o lateral-esquerdo Sityá, os volantes Rodolfo e Tiago e os zagueiros Carlão e André Luiz.
 

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