segunda-feira, 4 de junho de 2012

Clubes do Rio firmam união por ações comerciais em evento no Maracanã


O Maracanã foi palco de um encontro inédito entre os clubes grandes do Rio de Janeiro, no diz que respeito à união do ponto de vista comercial. Os presidentes de Botafogo, Flamengo, Fluminense e vasco estiveram no estádio, no fim da manhã desta segunda-feira, para anunciar um novo movimento, denominado "Cariocas". Sempre de olho no extracampo, a ideia é fortalecer as receitas, lutar contra pirataria e unificar licenciamentos de produtos.

Peter, Patricia, Mauricio Assumpção e Dinamite Movimento "Cariocas" (Foto: André Casado / Globoesporte.com) 
Peter, Patricia, Mauricio e Dinamite juntos no evento (Foto: André Casado / Globoesporte.com)

Projeto semelhante já foi implementado em São Paulo, pelos times locais, mas ainda sem atingir grandes objetivos e avanços, até então. Segundo o Mauricio Assumpção, há iniciativas em curso desde que os dirigentes começaram a se reunir, semanalmente, há alguns meses. Existe um contrato, mas sem duração, e se ater a ele depende apenas da vontade de cada um, à medida em que o tempo passar. Ou seja: o rompimento é livre a qualquer momento.

- É um dia importante para os presidentes dos grandes clubes cariocas, um verdadeiro marco. Fizemos questão de apresentar no Maracanã, em obras, para mostrar que também estamos refazendo uma relação importante. Teremos ações comerciais integradas como carro-chefe do movimento. Em várias situações, Botafogo, Flamengo, Fluminense e vasco se pegaram isolados em negociações e entenderam que a união tornaria os clubes mais fortes. Temos diferenças que existem dentro de campo. O que é da instituição, do torcedor, da vibração das arquibancas é bem-vindo, mas temos que pensar sempre em aumentar nossas receitas. Esse dia simboliza a nova integração entre os grandes clubes - afirmou Assumpção, destacando a participação da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) e da empresa Golden Goal, da área de marketing esportivo, que foi procurada para alinhar o projeto.

Ao serem convocados a seus assentos, os presidentes estavam desfalcados: Roberto Dinamite se atrasou e foi representado pelo vice de finanças do vasco, Nelson Rocha, por alguns minutos. Quando apareceu, por volta das 11h30, foi exaltado pela rubro-negra Patricia Amorim, que tinha a palavra naquele instante, e ganhou um beijo carinhoso da rival.

Patrícia Amorim Flamengo Movimento "Cariocas" (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
- Chegou... o mais charmoso! - brincou a mandatária rubro-negra, que deixou a cerimônia, escoltada, exatamente no momento em que as perguntas direcionadas sobre a parceria terminaram, evitando o assunto Ronaldinho Gaúcho - antes, Peter Siemsen também alegara compromissos para se ausentar e colocar em seu lugar o vice de marketing do Flu, Idel Halfen.

Durante o período em que estiveram à frente das câmeras, o grupo de trabalho reforçou que a aliança não se trata de um início de manobra política, que levaria a uma possível criação de Liga, algo que foi considerado por conta da controvérsia sobre o número de clubes no Estadual. Além disso, foi descartada a união por uma renegociação dos contratos de TV e outros que já estejam em vigência e que englobem os quatro clubes em questão.

No caso da pirataria, já existe um delegado responsável por comandar as investigações, e pontos e datas gerais de combate estão surgindo. Há cerca de um mês, uma ação teve sucesso ao desvendar um local próximo ao Engenhão que mantinha produtos falsificados. Na ocasião, antes de um jogo entre Botafogo e Vitória, sete homens foram detidos. Trata-se da Delegacia de Repressão a Crimes contra Propriedade Imaterial (DRCPIM).

- A perda de receita é enorme. E fere a imagem do clube. Precisamos fazer valer esse projeto e reprimir os atos, além de conscientizar o público, mesmo que ache as camisas oficiais caras, que é errado participar da pirataria - disse Mauricio Assumpção, o cabeça deste lado da corrente.

Relação ruim entre Fla e Flu
Em janeiro, Flamengo e Fluminense travaram a mais recente disputa por jogador entre os clubes cariocas. O alvo era o meia Thiago Neves, que retornou às Laranjeiras, após passagem de uma temporada pela Gávea. A relação entre as partes se complicou, mas, segundo o mandatário tricolor, a ética não entra na discussão principal do movimento.

- Não dá encarar o que estamos fazendo pelo lado da ética, porque vejo que isso é um conceito de cada pessoa. Não é um grupo que disputa algo sobre jogo. Estamos juntos em outra esfera.  Há jogadores que atuaram por Botafogo, Flamengo, Fluminense e vasco, e vai continuar havendo. O mercado é diferente da união que estamos pregando. Vai haver uma aproximação na questão comercial, tal qual existe a disputa no campo - definiu.

Patricia Amorim, que se sentou ao lado de Peter, o cumprimentou normalmente e chegou a ouvir confissões ao pé do ouvido, usou argumentos diferentes e diz que crê na cordialidade.

- Trocamos experiências e informações dentro de uma situação bastante razoável. Procuramos estar juntos sempre que possível. É o melhor para os clubes. Realmente existe essa cumplicidade. Isso é sentido na cidade, pelo prefeito, governador... Mesmo quando há disputa direta, há cordialidade, elegância. É importante que se passe ao torcedor, que veja isso fora do campo de futebol - declarou a dirigente, sem se estender no assunto.

Por fim, houve a confirmação de que já foi criada uma comissão conjunta de licenciamento das marcas e que há planos concretos em andamento para a implementação de quiosques dos clubes em cidades pontuais, onde a popularidade é enorme, como na Região do Nordeste.

Mauricio Assumpção, Botafogo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) 
Assumpção mostrou ser o mais envolvido e atuante no projeto (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)

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