sexta-feira, 27 de julho de 2012

Renato, sobre risco de virar reserva: ‘A roda gigante não está para mim’


Renato coletiva Flamengo (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Há um ano, Renato disputava e vencia um dos jogos mais espetaculares dos últimos tempos. Na Vila Belmiro, contra o Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso em excelente fase, o Flamengo, comandado por Ronaldinho Gaúcho, começou a partida da 12ª rodada do Brasileirão 2011 assustado. Sofreu três gols de cara, mas teve força para reagir. No fim, um brilhante placar de 5 a 4 num jogão inesquecível. A roda gigante girou, e o primeiro aniversário daquela vitória é amargo para o Rubro-Negro. Sem Ronaldinho, Thiago Neves, Junior Cesar e Willians, todos titulares daquela equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo, o time vive um momento ruim. É só o décimo na tabela, com 16 pontos. Naquela época, brigava pelo título.

- É difícil você manter uma sequência muito grande no futebol, envolve muita coisa, é tempo de trabalho, entrosamento, é técnica, tática. Aquela era uma época boa, excelente. Temos de buscar inspiração naquele momento e levar para dentro de cada um. Precisamos procurar fazer sempre mais. Estamos numa parte incômoda da tabela, mas não quer dizer que o grupo não tem qualidade. Só que a qualidade ainda não saiu. Está chegando o nosso treinador para dar mais qualidade, mais confiança, para buscarmos a primeira vitória, a segunda vitória, e embalar – disse o meia Renato, titular naquele dia 27 de julho.

Dorival comandou o primeiro treino dele como técnico do Flamengo nesta sexta-feira. Curiosamente, um dia depois do primeiro jogo. Ele assinou contrato na quarta e ficou na área técnica no empate sem gols com a Portuguesa, nesta quinta.

A roda gigante também girou para Renato. Aos 34 anos, o camisa 11 experimenta uma sensação diferente no clube. Duzentos e quarenta jogos e 64 gols depois, ele não sabe se vai continuar como titular da equipe. O jogador foi barrado pelo auxiliar Jaime de Almeida contra a Portuguesa. Foi Jaime quem montou o time enquanto Dorival não acertava.

Renato aceitou a decisão tomada pelo técnico interino sem chiar. Na volta do intervalo da partida, entrou no lugar de Ibson. A torcida não teve a mesma postura que o jogador assumiu diante da barração. E chiou. Ele foi perseguido por vaias de grande parte dos 8.184 torcedores presentes (5.732 pagantes) ao Engenhão. Ainda no gramado, desabafou. E fez o mesmo nesta sexta.

- Sou um jogador comum, não sou internacional, sei das minhas qualidades, elas estão aí. Não tenho Seleção Brasileira nas costas (foi convocado apenas uma vez, no ano passado). Foi um momento que o treinador achou a melhor opção. Não sei se o problema era esse, se a falta de resultados é minha culpa. Acredito que não. Sei da minha capacidade, da personalidade para jogar. A roda gigante hoje não está para mim. Peguei lá embaixo e ela quebrou. Estou embaixo hoje. O torcedor sabe do que estou falando. Desde 2005 estou Flamengo, talvez tenha vivido a pior fase do Flamengo (de luta contra o rebaixamento), e a torcida está cobrando. Se está vaindo alguém, é porque ela sabe que pode render mais. Mas não posso render mais sozinho. Se o time todo render, eu também vou render - avaliou.

Renato disse ainda que a hora pede maturidade dos jogadores.
 
- Temos de ser maduros no momento, saber que é hora de simplicidade. Se eu puder fazer o time jogar, vou fazer o simples para isso. Não tenho que falar sobre ficar no banco. São coisas do futebol. A preferência às vezes é por outro, outro vive um momento melhor. Temos de aceitar, ser maduros, entender. Não posso chegar aqui e dizer que tenho que ser titular na lábia, mas mostrar no dia a dia. Faz parte do meu perfil nunca desistir.

Nesta sexta-feira, Dorival Júnior trabalhou apenas com os atletas que não participaram de toda a partida contra a Portuguesa. O treinador terá apenas a atividade da manhã deste sábado para montar a equipe que vai enfrentar o São Paulo, neste domingo, no Morumbi. O time titular ainda é um ponto de interrogação.

- Eu confio no trabalho, tem que ser dessa forma, com confiança. Chega um treinador novo para motivar, ele está querendo tabalhar, quer nos ajudar. Ele vai ver quem está trabalhando, vai ver quem está no melhor momento. Quem me conhece sabe que eu trabalho, independentemente de momento, de ficar no banco ou não.

O Flamengo enfrentou a Lusa com a seguinte escalação: Paulo Victor, Léo Moura, Welinton, González e Ramon; Airton, Luiz Antonio, Ibson e Mattheus; Adryan e Vagner Love.



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