terça-feira, 17 de julho de 2012

Zinho cobra explicação de Levy sobre Riquelme e fala em pedir demissão


Treino do Flamengo, Zinho (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Zinho quer ter uma conversa séria com Michel Levy. A informação sobre um possível encontro do vice de finanças com Riquelme, nesta terça-feira, em Buenos Aires, surpreendeu e irritou o diretor de futebol. Questionado sobre o assunto durante entrevista no Ninho do Urubu, o dirigente negou.

- Não tem nenhuma possibilidade de o Levy ter sentado com o Riquelme. Nenhuma. Impossível. Michel Levy está em uma viagem particular. Ele tinha esse compromisso com o filho dele. Não tem nada a ver com especulação. Desde que entrei aqui, Michel me ajuda, eu ouço as pessoas, mas quem decide sou eu, Coutinho (Paulo César, vice de futebol), com a autorização da presidente (Patricia Amorim).

Encerrada a coletiva, Zinho telefonou imediatamente para Levy, que ainda está na Argentina. No estacionamento do CT, disse ao dirigente que havia passado por uma situação constrangedora e quis saber se a reunião havia ocorrido, como publicou um portal na internet. Levy, que a exemplo de Zinho nunca foi entusiasta da contratação de Riquelme, negou.

- Levy, você sentou com o Riquelme hoje aí? Levy, me perguntaram isso na entrevista coletiva, diante das câmeras, e eu fiquei numa situação constrangedora. Se isso aconteceu, eu tenho que pedir demissão. Você vai voltar, nós vamos os dois dar uma entrevista coletiva e você vai desmentir tudo - disse Zinho.

Encerrada a ligação, que durou pelo menos 20 minutos, Zinho dizia aos assessores de imprensa do clube, ao vice de futebol Paulo César Coutinho e ao advogado André Galdeano que Levy seria cobrado.

- Ele vai ter que se explicar.

O diretor afirmou por mais de uma vez, e repetiu nesta terça, que ele não fez qualquer contato com Riquelme ou representantes do meia desde que o jogador de 34 anos decidiu deixar o Boca Juniors, após a final da Taça Libertadores.

- O Riquelme teve uma reunião com o presidente do Boca, mas ele ainda não é um jogador livre. É até incorreto falar de um atleta que tem vínculo com outro clube. Ele tem contrato de mais dois anos com o Boca. Estou respondendo uma coisa que não existiu. O Riquelme é um belíssimo atleta, belíssimo jogador, mas não é um jogador que estou tratando nada – explicou, ainda na sala de entrevistas.

Zinho vive o momento mais difícil desde que assumiu o cargo de diretor de futebol do Flamengo, há pouco mais de dois meses. Além de ainda não ter conseguido contratar um reforço para o meio-campo, o vazamento de informações tem deixado o dirigente preocupado e contrariado. Em todas as reuniões com outros dirigentes, ele pede que as negociações do clube não sejam divulgadas. Tanto que ele decidiu que não fará nenhum comentário sobre nomes. A situação o faz sentir saudades do tempo de jogador.

- Era muito fácil jogar. Muito mais. Estou tentando trabalhar com clareza, transparência, estou doido para resolver essa situação (fazer a ligação para Levy). É uma coisa muito grave, muito séria. Desde o primeio dia que entrei aqui (11 de maio), vocês estão vendo a minha postura. Agora estou tentando preservar nomes. Se o negócio acaba não saindo, é melhor. Como não foi falado, a cobrança é menor.

Ele voltou a dizer que dificilmente algum jogador será contratado até a sexta-feira, data do fechamento de transferências internacionais. A partir daí, o trabalho ficará concentrado no mercado nacional, o que também não garante que um reforço de peso chegará. A chance de o Flamengo ficar sem o camisa 10 esperado pela torcida é grande.

- Pode ser muito grande, mas amanhã pode ter um jogador aqui. Futebol é muito dinâmico. Mas é bem difícil. Não está fácil. A gente tem que falar a verdade. Tentamos fazer negociações que esbarraram na parte financeira. O trabalho está sendo feito, mas temos que trazer jogadores para resolver. As apostas já foram feitas. Financeiramente está muito difícil.



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