terça-feira, 13 de novembro de 2012

Com má fase atual, Fla campeão de 2009 vira um retrato na parede


O Flamengo campeão brasileiro de 2009 virou um retrato desbotado na parede. Na atual temporada, o time lutou contra o rebaixamento e, três anos depois da última grande conquista, os heróis do título ficaram no passado. Artilheiro da trajetória vitoriosa na competição daquele ano, Adriano teve ali seu último brilho. O goleiro Bruno saiu de campo para a prisão, suspeito do desaparecimento de Eliza Samudio. Autor do gol do hexa, Ronaldo Angelim virou herói e não teve o contrato renovado no fim do ano passado. Também em 2011, Petkovic se aposentou e teve uma bonita despedida no Engenhão. Grande parte dos atletas deixou o clube. Titulares à época, Léo Moura e Airton seguem no Rubro-Negro, mas têm sofrido com lesões em sequência e nos últimos jogos não estiveram em campo. Um time desfeito, cuja identidade ficou perdida no tempo.

- Futebol hoje não é como antigamente. Os jogadores mudam muito de clube de um ano para o outro. Mas em 2009 jogadores como Juan, Ronaldo Angelim, Léo Moura já tinham muito tempo de Flamengo. O grupo campeão marcou seu nome na história, mas já sabíamos que com o tempo seria desfeito – afirmou Andrade, técnico do time hexacampeão brasileiro.

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O Flamengo conquistou o hexacampeonato brasileiro em 2009 (Foto: infoesporte)

O problema é que o tempo passou rápido demais para aquele time. Depois do título, ainda com praticamente todos os campeões, o Rubro-Negro chegou à decisão da Taça Rio de 2010, mas perdeu para o Botafogo, que conquistara a Taça Guanabara e ficou com a taça sem a necessidade das partidas finais. Na Libertadores, a equipe chegou às quartas de final, mas acabou eliminada pelo Universidad de Chile. O planejamento daquela temporada desandou a partir do fim do primeiro semestre. O Flamengo correu risco de rebaixamento no Brasileirão. Uma das marcas do ano foi a alta rotatividade de treinadores. Depois da demissão de Andrade, passaram pelo cargo Rogério Lourenço, Silas e Vanderlei Luxemburgo, que permaneceria até fevereiro de 2012.

Ainda em 2010, o futebol viveu fase problemática com Zico no cargo de diretor, e uma saída que deixou o departamento em xeque. O maior ídolo rubro-negro enfrentou problemas, foi contestado e rompeu com a presidente Patricia Amorim. A reconciliação ainda não ocorreu.

Em 2011, Luxemburgo fez uma reformulação no elenco do Flamengo. Peças importantes chegaram, especialmente Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e o goleiro Felipe. Deu resultado. No Carioca, título invicto. No Brasileirão, vaga para a Libertadores do ano seguinte. Os problemas de relacionamento, no entanto, minaram o trabalho. Na virada do ano, estourou a guerra fria entre Ronaldinho e Luxa. Depois da saída do treinador, o craque deixou o clube com uma ação de R$ 40 milhões na Justiça do Trabalho. O Flamengo não conseguiu manter Thiago Neves, que voltou ao Fluminense, e os resultados ficaram bem longe daquilo que foi planejado, com eliminações no Carioca e na Libertadores. Vanderlei caiu, Joel Santana assumiu, e Dorival Júnior chegou para ser o terceiro comandante nesta temporada.

A titulo de comparação, o Fluminense, campeão brasileiro em 2010, conseguiu manter sólida a estrutura e colhe resultados expressivos até hoje, mesmo tendo passado por mudanças no grupo, como a saída de Darío Conca, principal jogador no tricampeonato. Em 2011, não levou o título, mas conquistou a vaga na Libertadores. Agora, novamente conquista o título nacional. Vale lembrar que o Tricolor também é o atual campeão carioca.

Info_HEROIS-HEXA_MENGAO-2 (Foto: infoesporte)

No Flamengo de hoje, Dorival teve dificuldades de conseguir armar o time. O técnico sofreu com carências no elenco, problemas de lesões, suspensões e convocações de Cáceres e González para as seleções de Paraguai e Chile.

- Acho que começamos agora a alcançar alguns resultados. Tardiamente? Sim. Mas é sempre bom terminar um ano podendo apresentar algo mais consistente. Para 2013, há muita coisa a ser feita, a diretoria sabe disso. Continuamos acreditando nesse trabalho, mas teremos um caminho longo e árduo ainda este ano – disse Dorival, depois da vitória por 1 a 0 sobre o Náutico.

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