domingo, 16 de dezembro de 2012

Ampliação do Engenhão para Olimpíada será apenas temporária


Engenhão - Botafogo (Foto: Agência Lance!)
As obras de ampliação do Estádio Olímpico João Havelange para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, de 45 mil lugares para 60 mil, não serão mais permanentes. A prefeitura carioca optou por erguer estruturas temporárias e, com esta decisão, passou a conta para o Comitê Organizador dos Jogos, que terá de arcar com a reforma.

As obras que iriam fechar permanentemente o anel do Engenhão foram orçadas, em 2009, em US$ 41,2 milhões ou R$ 82,4 milhões – com a cotação do dólar a R$ 2. Em números atualizados, erguer os 15 mil lugares custaria R$ 102,09 milhões.

A obrigatoriedade de que os 15 mil novos lugares no Engenhão fossem permanentes está fixada no dossiê de candidatura do Rio para ser a sede dos Jogos de 2016. Na página 27, do volume 2 do documento, está escrito: “Nas instalações onde modificações significativas se fazem necessárias e onde existe um legado definido, essas intervenções serão de caráter permanente. Um exemplo é o Estádio João Havelange, onde a expansão da capacidade para 60.000 lugares – uma evolução já contemplada no projeto original – será um legado positivo”.

De acordo com a Empresa Olímpica Municipal (EOM), a prefeitura do Rio desistiu de fazer a ampliação permanente por julgar desnecessária. Um estudo técnico realizado pelo município constatou que, com a reforma do Maracanã, dotar o Engenhão de 60 mil lugares fixos seria desperdício de dinheiro.

Como o valor gasto com instalações temporárias saem do orçamento do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, caberá à entidade erguer a nova estrutura e não mais a prefeitura. Empresas de estruturas temporárias consultadas pelo LANCE!Net estimaram em cerca de R$ 30 milhões o valor das obras.

O Comitê Rio-2016 confirmou estar ciente da mudança e já iniciou os estudos para erguer os 15 mil lugares temporários no Engenhão, que receberá as disputas de atletismo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

PREFEITURA ABRIU MÃO DO ENGENHÃO EM 2007

Após gastar cerca de R$ 400 milhões para erguer o Engenhão, em 2007, para a disputa dos Jogos Pan-Americanos, a prefeitura do Rio optou por repassar o estádio à iniciativa privada. Durante a licitação, apenas o Botafogo se apresentou para a disputa e ganhou o direito de, por 20 anos, permanecer no local.

Esse período foi fixado porque o município ergueu o estádio em um terreno do Estado, que cedeu o local à prefeitura por 25 anos. O edital também determinou que, caso a prefeitura precisasse do Engenhão para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Rio-2016, o Botafogo deveria liberá-lo sem contestação.

Para ficar com o Estádio Olímpico João Havelange, o Botafogo ofereceu à prefeitura um aluguel de R$ 36 mil mensais, além de arcar com os custos de manutenção, estimados à época, em R$ 400 mil mensais. Em números atualizados, o gasto mensal com o aluguel é de R$ 48 mil e, manutenção, R$ 570 mil.

A reforma do Engenhão:

Por que ser permanente?
O dossiê de candidatura do Rio para receber os Jogos de 2016 especificou que os lugares permanentes no Engenhão seriam um legado para a cidade e já estavam previstos no projeto original.

Custo da obra permanente em 2009
Pelo dossiê de candidatura do Rio, as novas arquibancadas que fechariam o anel do Engenhão sairiam por R$ 82,4 milhões.

Custo da obra permanente em 2012
Em números atualizados pelo IGP-M, o valor da ampliação seria de R$ 102,09 milhões.

Custo da obra temporária
Fechar o anel do Engenhão, com 15 mil assentos temporários, custará cerca de R$ 30 milhões.

Qual o porquê da alteração?
A prefeitura do Rio, após realizar um estudo, concluiu que realizar a ampliação permanente seria um desperdício de dinheiro para dotar a cidade com outro estádio de grande capacidade, por causa da modernização do Maracanã.



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