terça-feira, 19 de março de 2013

A hora de Jorginho: dez missões para o novo técnico do Flamengo

 Jorginho chega com discurso firme e assegura que está preparado para assumir o Flamengo. Apesar da pouca bagagem como treinador – o Rubro-Negro é apenas o seu quinto clube -, tem a passagem pela seleção brasileira como parâmetro e maior escola. De 2006 a 2010, foi auxiliar do amigo Dunga. O Brasil caiu nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, e a dupla se viu cercada de críticas, principalmente pela forma como se portou em episódios polêmicos.

O ex-lateral inicia um trabalho cujo principal foco é estruturar uma equipe que passou por reformulações importantes com a chegada da nova diretoria. A reboque do desafio principal, o novo comandante tem metas paralelas, que envolvem o crescimento de atletas saídos das categorias de base, a mescla de experiência e juventude, o rendimento dos reforços e definir um padrão de jogo.

Jorginho assume o leme rubro-negro com o time em situação instável no Carioca. Depois de fazer a melhor campanha da Taça Guanabara, foram dois duros golpes: eliminação na semifinal e derrota para o Resende na estreia do time na Taça Rio. O tetracampeão terá seis partidas para levar o Rubro-Negro à semifinal do returno: Boavista, Bangu, Audax, Duque de Caxias, Fluminense e Macaé.

A largada será importante, porque fundamental é manter a chance de título do Carioca. Paralelamente, Jorginho terá que pensar em nomes que possam suprir as carências do grupo, mas que só chegarão depois do estatual. Com contrato até o fim de 2014, Jorginho terá que cumprir objetivos a curto, médio e longo prazo. Dez deles são listados abaixo pelo GLOBOESPORTE.COM.

Ir à final da Taça Rio - a queda na semifinal da Taça Guanabara deixou jogadores e torcedores frustrados, já que o time surpreendeu ao ser o melhor da fase classificatória. Jorginho assume com a missão de conduzir o time novamente aos jogos decisivos e evitar que, pelo segundo ano seguido, o Flamengo fique fora das duas decisões de turno.

Entrosamento rápido com o grupo - o técnico disse que conhece a maioria dos jogadores do elenco, vinha acompanhando as partidas do time, mas quer se aproximar de cada atleta o mais rápido possível para saber o que pode esperar deles. Jorginho terá de agir o mais depressa possível e fazer com que o grupo assimile sua filosofia de trabalho.

Fazer o time jogar sob pressão - dono da melhor campanha da primeira fase da Taça Guanabara, o Flamengo de 2013 deixou evidente a dificuldade de jogar em situações de pressão nas derrotas para Botafogo e Resende. Nas duas únicas vezes em que esteve atrás no placar no ano, a equipe se desesperou e não demonstrou poder de reação. Em ambos os casos, apelou para bolas aéreas e, de forma desorganizada, pouco assustou os adversários.

Consolidar apostas da base - campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011, o Flamengo tem uma geração de novos talentos promissora, mas que não consegue se firmar entre os profissionais. Se nomes como Negueba e os gêmeos Anderson e Alex seguiram outros rumos, ainda há esperança na afirmação de Rafinha, Thomás, Adryan, Rodolfo, entre outros. O primeiro, por sinal, vive fase de questionamentos após início avassalador e começa a ser questionado. Wellington Nem, eleito revelação do Brasileirão 2011 sob comando de Jorginho, no Figueirense, é exemplo a ser seguido.

Variação tática - com um 4-3-3 pautado na velocidade de Rafinha e nos contra-ataques, o Flamengo pouco criou diante de equipes bem postadas defensivamente. Em vantagem no placar, Botafogo e Resende não deram espaços na defesa e não tiveram muita dificuldade para administrarem as partidas diante do Rubro-Negro. Na chegada, ele disse que é adepto do 4-2-3-1.
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Fazer Carlos Eduardo render - o camisa 10 disputou três partidas como titular sob o comando de Dorival Júnior e não conseguiu se destacar. Contra o Resende, o ex-técnico o colocou no banco. O meia-atacante entrou no segundo tempo e se esforçou, mas ainda está fora do ritmo ideal. Contratado para ser um dos condutores do time, Carlos Eduardo ainda não vingou.

 Dar estabilidade à defesa -  depois de conseguir ser a melhor da Taça Guanabara, a defesa rubro-negra começa a Taça Rio pressionada. O desempenho contra Botafogo e Resende mudou o cenário e começou a gerar questionamentos sobre a dupla ideal. Alex Silva e González foram titulares no último jogo de Dorival, mas Wallace e Renato Santos brigam por um lugar. Os jovens Frauches e Fernando também estão no grupo.

Ter empatia com a torcida - Jorginho chega ao Flamengo com bom respaldo da torcida, mas sem grande margem para erros. Afinal, Dorival Júnior foi questionado durante todo o segundo semestre do ano passado e depois da eliminação na Taça Guanabara. É por isso que os primeiros jogos são tão importantes. Se engatar uma sequência de vitórias em um período que inclui o clássico com o Fluminense, ele dará um grande passo para ter a parceria das arquibancadas. Conta a favor de Jorginho o fato de ter sido jogador do Flamengo. Ele conquistou o Carioca de 86 e o Brasileiro de 87.

Incentivar a integração profissional-base - recém-chegado de um período de estágio no Real Madrid e no Barcelona, o treinador contou que ficou encantado com o que viu principalmente no clube catalão. O mesmo estilo de jogo do time de cima é implantado desde as categorias mais baixas. Jorginho espera ajudar a tornar esta filosofia uma realidade no Flamengo.

Cumprir contrato até o fim - logo em sua primeira entrevista coletiva, Jorginho disse que chega ao Flamengo com um contrato de dois anos, mas que acredita que a passagem pelo clube não terminará por aí. Trabalhos longos, no entanto, não são nada comuns no clube, que teve seis técnicos desde 2010. O último a ficar mais tempo foi Vanderlei Luxemburgo, de outubro de 2010 a fevereiro de 2012.

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