sexta-feira, 15 de março de 2013

Sem poças ou baldes: cobertura do Maracanã reaproveitará água da chuva


Esqueça os homens de cueca tirando água com baldes da cobertura do Maracanã ou a presença de “cascatas” entre as membranas do novo teto. Segundo o projeto final do estádio, a chuva não será problema para os torcedores no palco das finais da Copa das Confederações deste ano e da Copa do Mundo de 2014. Pelo contrário: a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) garante que boa parte da água será reaproveitada na própria arena carioca, dentro dos banheiros.

INFO ESCOAMENTO MARACANÃ 3 (Foto: arte esporte)

A tempestade do último dia 6 gerou cenas que chocaram até a Fifa (veja no vídeo abaixo). A mais preocupante foi a presença de homens em cima do novo teto do Maracanã retirando a água com baldes e sem equipamento de segurança (os alemães, contratados para orientar a instalação da cobertura, acabaram advertidos pelo governo do Rio).

 
A Emop explica que a instalação da lona (feita de teflon e fibra de vidro) já presente no estádio não está pronta. O material ainda vai ser tensionado, o que resolverá dois problemas após a cobertura ser esticada: a água descerá para o sistema de calhas; e os buracos entre as membranas serão cobertos, evitando que os torcedores fiquem molhados.

A previsão dos responsáveis pela obra é que 50% das 120 membranas estarão instaladas até sábado. Somente depois de todo o trabalho feito, com 47 mil metros quadrados no lugar, é que a lona será totalmente tensionada, dando o aspecto esperado pelo projeto final.

A nova cobertura do Maracanã terá 68,4 metros de comprimento, contra 30 metros da antiga. A promessa é que ela cubra 95% das 78.838 cadeiras. O teto vai pesar 3,6 mil toneladas e ainda sustentará 396 refletores e 78 alto-falantes.

Água da chuva será reaproveitada nos banheiros

E o que fazer com toda a água que cair na cobertura em dias de chuva? Pelo menos metade dela será reaproveitada no próprio Maracanã, segundo a Emop. A água será captada e drenada por 60 calhas de concreto em um sistema de sucção a vácuo. Depois, seguirá para dois reservatórios subterrâneos com filtros para tratamento e posteriormente será direcionada para uso não potável nos banheiros.

O processo faz parte da certificação Leed (Leardership in Energy and Environmental Design), principal selo para edificações sustentáveis no Brasil. A sustentabilidade aparece em outras preocupações da reforma do Maracanã, como a instalação de 1.500 módulos fotovoltaicos na cobertura para produção de energia solar. 

 Outros exemplos de metas sustentáveis do estádio são: redução do consumo de água em 30%; reutilização da água de irrigação do campo de jogo; redução do consumo de energia elétrica em 8%; utilização de cimento e aço com conteúdo reciclado; e uso de 100% de madeira certificada com o selo FSC (veja no vídeo ao lado todos os detalhes de como ficará o estádio).

O primeiro-evento teste do Maracanã está marcado para 27 de abril, apenas com os operários presentes. Até lá, a Emop garante ter toda a cobertura pronta, incluindo a instalação de refletores, telões, sistemas de drenagem, iluminação e som. Depois, também com portões fechados, haverá o segundo teste em 8 de maio. A primeira partida com venda de ingressos será o amistoso entre Brasil e Inglaterra, dia 2 de junho.

Na Copa das Confederações, o estádio receberá mais dois jogos além da final de 30 de junho: México x Itália (16 de junho), pelo Grupo A, e Espanha x Taiti (20 de junho), pelo Grupo B.

Obras estádio maracanã (Foto: Genílson Araújo / O Globo) 
Maracanã na tarde de quinta: membranas ainda serão tensionadas (Foto: Genílson Araújo / O Globo)

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