segunda-feira, 3 de junho de 2013

MVP da final, Caio Torres curte reconhecimento nas ruas do Rio


Em outros tempos, a caminhada pelo Centro do Rio seria pontuada apenas por alguns olhares de quem não esbarra todo dia com um homem de 2,11m por aquelas ruas. Nesta segunda-feira, no dia em que completa 26 anos, eles passaram a vir acompanhados de sorrisos, comentários e de um  "É o Caio do Flamengo". O título do NBB e o troféu de MVP da final contra o Uberlândia (anotou 23 pontos e pegou 10 rebotes), conquistados no último sábado, fizeram o pivô rubro-negro experimentar a popularidade. Tem gostado do reconhecimento. Mais ainda por ele ter vindo depois de uma fase muito difícil na carreira. Desde os playoffs de semifinal contra o São José, na temporada passada, passou a lidar com as dores de uma lesão nos ligamentos do dedão do pé esquerdo. Para piorar a situação, uma bursite na coxa esquerda e os joelhos também deram sinal. 

caio torres enterrada flamengo uberlândia final nbb (Foto: João Pires/LNB) 
Caio Torres fez 23 pontos e pegou 10 rebotes na final do campeonato (Foto: João Pires/LNB)

- Durante todo o campeonato não houve um jogo em que atuai sem dor.  Eu só convivia com elas. Foi bem difícil não estar 100%. Mas a cabeça ajudou muito. Mesmo com tanta dor, quando  entrava na quadra, diminuía um pouco porque gosto muito de jogar basquete. Gosto de estar ali e ajudar. Na temporada anterior, fiquei triste porque a gente tinha um timão e podia ter ganhado. Mas não conseguimos. E este ano eu queria dar mais de mim, mesmo com dor, para que conseguíssemos ganhar a final em casa. Passei por momentos duros, mas estou muito feliz!. A gente treina muito, faz muito para que coisas boas aconteçam. Agora é só felicidade ver que tudo o que fiz foi merecido. Sei que não conseguiria ganhar esse prêmio sem a equipe, sem meus companheiros - disse.

Os que estavam dentro de quadra e também os que ficam fora dela. O longo abraço em Ricardo Machado - fisioterapeuta do time e irmão de Marcelinho e Duda - após o término do jogo na Arena da Barra foi em agradecimento.

Basquete nbb Flamengo e Uberlândia final Caio Torres e anderson varejão (Foto: João PIres / LNB)
- Nos dois últimos anos, foram poucos dias que não passei por lá pela sala dele (risos). Quase o tempo todo a gente convivia. Então, agradeci muito mesmo a ele. Eu agora vou para o Paraná e quero quero ficar uns cinco dias sem fazer nada.  Só descansar e relaxar a cabeça. Depois eu vou consultar uns médicos para ver as lesões, para saber como vou tratá-las e tomar uma decisão (não fez cirurgia em 2012 para ir aos Jogos de Londres). Não sei se vou ser convocado para a seleção, mas tenho que conversar pessoalmente com o Rubén Magnano. Meu objetivo é chegar às Olimpíadas do Rio. Sei que muita gente nova vai chegar e tenho que pensar ano a ano até lá.

Por enquanto, o pivô só deseja que o grupo ou boa parte dele seja mantido na Gávea. Caio não se cansa de elogiar os companheiros. Acha que a liga, a amizade entre eles, foi um dos segredos para a conquista do segundo caneco do clube no NBB.

-  Nós tivemos dois momentos difíceis na temporada. Ganhamos um jogo histórico na Liga Sul-Americana e perdemos para o Brasília depois. E na Liga das Américas perdemos duas partidas e não chegamos à final. Mas o time se redimiu dessas derrotas e ganhou o título que mais queria desde o começo, o mais importante. Então, esse grupo é especial. Nunca estive em um que fosse assim. Todo mundo era amigo, não havia falsidade. A gente se olhava no olho, era amizade verdadeira. Nós nos ajudamos muito. Desejo o melhor a todos e que continuemos juntos. 

basquete nbb Gegê e caio torres flamengo final (Foto: Gabriel Fricke)
As fotos, a medalha, o troféu de MVP e a redinha ganharão lugar especial na casa do pivô. Quer manter ao alcance dos olhos e das mãos as lembranças do seu primeiro título nacional. Não vê a hora também de ter nos braços aquele que considera o melhor presente da vida: o filho Kaíque, que vai nascer no fim de agosto. Na virada do ano, quando ficou sabendo que seria papai, o desempenho em quadra começou a crescer. A confiança que andava abalada pelos problemas físicos e a tal da fase ruim, como ele chamava, ficaram para trás.

- Está sendo um ano muito feliz. Estou muito feliz por minha esposa estar grávida (ele e Fernanda estavam tentando ter um filho há muito tempo) e só tenho a agradecer a quem torce por mim e quem me ajuda. Meu melhor presente está chegando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário