segunda-feira, 10 de junho de 2013

Triste, Jorginho admite frustração com a falta de reforços de peso

Quatro dias após ser demitido do comando do Flamengo, o técnico Jorginho concedeu entrevista coletiva no escritório de seu empresário, Claudio Guadagno, na manhã desta segunda-feira, e voltou a explicar detalhes sobre sua saída depois de 14 jogos à frente da equipe. Com um semblante que tinha a mistura de tranquilidade e frustração, Jorginho preferiu um discurso polido, evitando críticas à diretoria e aos jogadores. Durante cerca de 30 minutos, o ex-comandante rubro-negro reconheceu alguns erros, rechaçou qualquer tipo de racha entre comissão técnica e atletas, mas revelou sua insatisfação com a não contratação de reforços de peso em conversa com o vice de futebol Wallim Vasconcellos logo após saber que não fazia mais parte do planejamento rubro-negro.

- Foi passada para mim toda essa situação financeira, o momento do Flamengo. Poderíamos receber reforços de peso. Dos que chegaram diretamente por mim, Moreno e Roger Carvalho. Os outros foram observações feitas pela diretoria e aprovadas por mim. Paulinho, Diego, Val, Bruninho, que não tivemos oportunidades de usar. Foi me passado que eles fariam todos os esforços por alguns nomes que eu havia sugerido. Não vou citar, mas eram jogadores com passagens por time grande. Conversei sobre isso com o Wallim, no momento em que estavam decidindo minha saída, e disse que não era a proposta que me foi passada - afirmou.

Jorginho coletiva (Foto: Fabio Leme) 
Jorginho explica saída do Flamengo em entrevista coletiva (Foto: Fabio Leme)

Com experiências como jogador e treinador, Jorginho reconheceu que comandar uma equipe como o Flamengo é muito mais difícil do que apenas vestir a camisa, entrar em campo e jogar. Um fator que o incomodou muito foi a questão do vazamento de notícias dentro do vestiário. Em um dos poucos momentos em que deu declarações mais duras, o técnico revelou que há pessoas de dentro do clube que gostam de delatar assuntos internos para a imprensa.

- Quando você é jogador, dá o seu melhor mas não está preocupado com o que vai acontecer depois. É muito diferente, a responsabilidade é muito maior como treinador. O Flamengo é o tempo todo um turbilhão. Nada do que a gente conversa internamente fica sem vazar para a imprensa. Em todo lugar tem um X-9. Esse é o Flamengo, e a gente tem que conviver com isso, aparando as arestas e tentando resolver os problemas - comentou.

Jorginho disse ainda que recebeu em dia enquanto esteve à frente do time rubro-negro e que a questão financeira nunca foi uma preocupação.

- Eu não tenho nenhuma preocupação com multa rescisória, não é por aí. Claro que eu fiquei triste, mas eu fico com a minha postura. Nunca vou deixar de ser um cara centrado, que trabalha com a verdade. Se eu não consigo ter isso de volta, não é minha culpa. Fiz o que eu acredito, porque esse clube em cinco anos contribuiu muito na minha vida, para eu ser quem eu sou. Não seria por causa de dinheiro que eu deixaria de vir para cá.

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