segunda-feira, 29 de julho de 2013

Na posição certa, Adryan aparece: ‘Outros me colocavam de atacante’


O jogo contra o Botafogo foi só o décimo de Adryan na temporada. E é muito representativo para o meia. Isso porque depois de um longo período ele, enfim, foi escalado na posição em que se destacou na base do Flamengo e da seleção brasileira. É na armação que o jogador de 18 anos sente-se à vontade, algo que nos últimos tempos os treinadores do clube insistiam em não perceber. Joel Santana, Dorival Júnior e Jorginho sempre enxergaram no jogador um potencial de atacante de lado, um ponta pela esquerda. Adryan acatou ordens, não rendeu e acabou sem espaço.

Nesse domingo, no empate por 1 a 1 com o Alvinegro, entrou no lugar de Gabriel no intervalo e mudou o jogo. Foram dribles, enfiadas de bola e dois chutes na trave. O técnico Mano Menezes gostou e elogiou o jogador após o clássico. Adryan se reencontrou.   

- Fiquei feliz por jogar numa posição que me deixa à vontade. Gosto de jogar por trás dos volantes adversários. Quando recebia a bola, sempre recebia livre, isso me ajudou bastante. O Mano me colocou na mesma posição que joguei no Mundial sub-17, no México. É ali que gosto de jogar. Mas os outros treinadores me colocavam de atacante, aberto pelos lados. Vou falar que não vou jogar? O que quero é jogar sempre, independentemente da posição, mas me sinto à vontade jogando no meio, com uma referência no ataque, como foi com o Marcelo Moreno contra o Botafogo - disse.

Agora que Mano achou sua posição, o meia quer mais oportunidades de jogar. O rendimento no jogo de domingo o satisfez, mas ele garante que ainda não é nada perto do que pode fazer.

- Com uma sequência de jogos, posso evoluir, ganhar confiança. Preciso de uma sequência, mas isso quem define é o professor. Estou bastante bem, feliz com a minha atuação. Mas não é nem um pouco do que eu sei que posso dar. Sei que posso dar muito mais do que eu dei. Certeza que com o tempo vou evoluindo. 

Adryan conta que ele e Mano não chegaram a conversar sobre posicionamento antes do jogo. O treinador percebeu que o rendimento dele nos treinos era melhor como armador.

- Vou buscar meu espaço no time titular. Estou me sentindo mais maduro, sei que tenho condição, mas preciso evoluir nos treinos, nos jogos. Sei que tenho muito a melhorar. 

Estreia no Maracanã e traves tiram o sono

O clássico não terminou para Adryan no apito do árbitro Péricles Bassols Cortez. A noite foi longa, segundo ele. Primeiro pela estreia no Maracanã, palco que frequentava como torcedor ainda criança.

- Nem na base eu tinha jogado no Maracanã, nem em amistoso. Fiquei feliz de participar de um jogo oficial no Maracanã, um palco histórico no Rio, no Brasil e no mundo. Cresci vendo jogos do Flamengo ali dentro. Era algo que faltava, jogar com a camisa do Flamengo no Maracanã. Agora, quero um título com o Flamengo. Vou trabalhar para isso.

As duas bolas na trave também causaram insônia.

- A noite foi longa, para dormir foi um sacrifício. No chute de fora da área, foi muito rápido. Quando o Paulinho escorou para mim, bati, ela resvalou na cabeça de alguém do Botafogo e encobriu o Jefferson. Parece que o tempo parou até ela chegar na trave. O outro lance, dentro da área, estava muito fácil. Acho que perdi porque estava absoluto. Eu bati consciente, o Jefferson ficou só olhando, mas subiu demais. Foi gol perdido mesmo.

Desde que foi promovido ao time profissional, no início de 2011, Adryan tenta deixar para trás o rótulo de promessa. O lugar no campo ele parece ter encontrado. Agora, tem de brilhar.


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