domingo, 25 de agosto de 2013

Mano protege grupo, mas admite: ‘Não está no nível dos principais’


mano menezes flamengo x gremio (Foto: CARLOS COSTA/Futura Press)
O Flamengo paga caro por sua política de pés no chão. Se por um lado tem um técnico de ponta, por outro carece de um elenco de qualidade. Com a decisão dos dirigentes de economizar e cortar gastos, Mano Menezes não recebeu todos os reforços que esperava. As dificuldades são evidentes, mesmo com todos os jogadores à disposição. Quando há desfalques, porém, paga-se um preço. E ele é alto. A derrota por 1 a 0 para o Grêmio, neste sábado, em Brasília, pela 16ª rodada do Brasileirão, escancarou a fragilidade da equipe. Sem Léo Moura, Elias e Carlos Eduardo, machucados, e Luiz Antonio, suspenso, o que se viu foi um time sem força ofensiva e desorganizado no campo do Mané Garrincha.

Mano protege o grupo, se preocupa em não fazer críticas públicas, mas reconhece deficiências e necessidades. Segundo o treinador, limitações existem, mas qualidades também.

- Você nunca vai me ouvir criticar publicamente um jogador meu. Não vou fazer isso. É possível fazer uma análise geral, chegar a uma conclusão que ainda não temos equipe e nem um grupo que esteja no nível dos principais participantes do Brasileiro de Série A. Se tivéssemos adiantados, com uma segunda equipe definida, certamente usaríamos ela (contra o Grêmio). Nós saímos desgastados na quarta (contra o Cruzeiro), foi duro, defendemos muito, um jogo eliminatório. Lógico que você vem muito desgastado para um jogo como esse. O correto era fazer essa opção (poupar o time todo), mas não estamos nesse estádio, não temos chance de fazer isso ainda. Individualmente não tenho nada para reclamar dos jogadores do Flamengo. Assumi o grupo, entendi que tem capacidade e continuo entendendo. Não é possível perder quatro, cinco jogadores, sem que a equipe sinta isso no jogo. Ela ela vai sentir.

Desde que foi apresentado, em 17 de junho, Mano recebeu apenas um jogador contratado durante a janela de transferências internacionais. O lateral-esquerdo André Santos, que jogou a Libertadores pelo Grêmio, chegou e tem jogado improvisado no meio-campo. Depois, Chicão, que estava no Corinthians, foi contratado. E parou por aí. No mais, o time se reforçou com apostas, como Paulinho, Bruninho, Diego Silva e Val. Gabriel, Carlos Eduardo e Marcelo Moreno ainda oscilam muito, e os garotos da base tentam acelerar o ganho de experiência. Dos contratados, só Elias conseguiu se destacar e mantém o brilho.       

Após a derrota para o Grêmio, Moreno queixou-se na saída do campo sobre a falta de um meia que municie o ataque. Mano admite que esse é um dos problemas que precisam de correção.

- Pode ser, é bem provável. Não temos muitos jogadores assim no futebol brasileiro, quem os tem não empresta, não vende, não estamos com muito para comprar. Temos que esperar um pouco. A característica dos jogadores que temos, na maioria, são jogadores de condução de bola. Não são armadores. Carlos Eduardo é jogador de armação, pode armar, o André (Santos) fez o auxílio disso nos jogos anteriores. Elias é um jogador que pela capacidade que tem, mesmo sendo volante, tem qualidade na armação. Só que já sofremos com todos eles juntos contra equipes mais compactas do meio para trás – analisou.

Mattheus e Rodolfo terão de esperar mais
Desde a chegada ao clube, Mano disse que pretendia lançar os mais jovens pouco a pouco. A necessidade acelerou o processo. Adryan, Fernando e Nixon passaram a jogar com mais frequência. Outros dois potenciais armadores estão no time sub-20. Mattheus e Rodolfo, que estava no profissional, desceram para jogar a Taça BH. O time acabou eliminado na primeira fase, mas o filho de Bebeto conseguiu algum destaque. Já Rodolfo jogou pouco, já que se machucou.

Mano diz que tem acompanhado o desempenho da dupla nos juniores, mas não estabelece um prazo para voltar reintegrá-los ao grupo principal.

- Ainda vamos observar melhor. Eram muitos jogadores de características semelhantes, havia um pouco de indefinição de funções para eles. A gente precisa que o jogador tenha essa definição. Essa passagem novamente no sub-20 é para isso. Foi um pedido que fiz ao Cleber (dos Santos, técnico dos juniores), estamos acompanhando o trabalho, vamos fazer um elo muito próximo porque sempre trabalhei assim. E quero que os jogadores tenham essa definição para poder avaliar e compararmos com outros jogadores que temos no grupo principal.

O Rubro-Negro é o 13º na tabela do Brasileiro, com 19 pontos. Neste domingo, no entanto, pode perder duas posições no complemento da 16ª rodada. Será preciso torcer para que Fluminense e Atlético-MG não vençam São Paulo e Portuguesa, respectivamente.

Na Copa do Brasil, o time tem de vencer o Cruzeiro na quarta-feira, no Maracanã, às 21h50m, para avançar às quartas de final da Copa do Brasil. O placar de 1 a 0 basta. Em caso de vitória de 2 a 1, resultado feito pelos mineiros em Belo Horizonte, a decisão será nos pênaltis.

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