sábado, 17 de maio de 2014

Cotas de TV de Flamengo e Corinthians estão na mira do Governo

 
A partir de 1º de janeiro de 2016, os ‘ricos' Flamengo e Corinthians ficarão ainda mais ricos. Se hoje os contratos de transmissão dos dois no Brasileiro valem R$ 120 milhões, eles saltarão para R$ 170 milhões a partir dessa data. Um aumento previsto em acordo assinado com a TV Globo e que causa preocupação até mesmo em Brasília. O Governo não descarta intervir na situação para evitar uma ‘espanholização' do futebol brasileiro.

O fenômeno costuma ser citado para mostrar como o distanciamento financeiro entre Real Madrid e Barcelona e os demais afetou o equilíbrio técnico da Liga Espanhola.

Não existe um consenso, mas, entre os dirigentes, o receio é de que o cenário se repita no país. Ao mesmo tempo em que se mostram temerosos, eles confessam que não será possível mudar o panorama em virtude dos contratos firmados pelos principais times com a Globo e adiantamentos realizados com a emissora.

Ainda assim, uma alternativa para tentar alterar isso tem sido o Governo.

No último mês, o presidente do Náutico, Glauber Vasconcellos, chegou a ligar para o secretário de futebol do Ministério de Esportes, Toninho Nascimento, para expor a queda de receita de TV que o clube teve com o rebaixamento para a Série B: de R$ 20 milhões para R$ 3 milhões. Ao lado de outros colegas, ele tentou ainda uma reunião com Marco Polo Del Nero na CBF. O encontro terá de aguardar o fim da Copa, no entanto.

A ‘espanholização', reclamam, caminha a passos largos.

"O Governo está muito preocupado com essa situação. Se continuar a se agravar, será uma absurdo, isso acaba com o fair play, o jogo limpo que se fala. Existe uma preocupação grande do Governo, pelo menos do Ministério do Esporte, sobre essa questão. Se prosseguir esse cenário, é possível que isso passe a ser um assunto estudado dentro do Governo porque não pode Flamengo e Corinthians ganharem R$ 250 milhões", afirmou Toninho Nascimento.

As novas cotas de R$ 170 milhões da dupla não incluem o pay-per-view, modalidade em que eles também são os que mais faturam.

"Resumidamente, não pode ter uma competição em que um clube ganhe R$ 28 milhões e outro R$ 180 milhões. Fica inviável esse campeonato. Os ingleses fazem muito bem com uma divisão de 50%, 25% e outros 25%. Então, há uma preocupação dentro do Ministério do Esporte para ficar de olho nessa situação", completou.

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, nega qualquer interesse em ver os adversários com times fracos.

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