quinta-feira, 24 de julho de 2014

Luxemburgo trata volta ao Flamengo como convocação e diz: "Vem coisa boa"

Rubro-negro confesso, Vanderlei Luxemburgo iniciou nesta quinta-feira a sua quarta passagem pelo Flamengo. Depois de um período no qual procurou ficar mais próximo de sua família e observar os acontecimentos do futebol, aceitou a proposta para voltar ao clube pouco mais de dois anos  após seu último trabalho na Gávea.

Luxemburgo tratou o convite como uma convocação e já faz a sua estreia contra o Botafogo, domingo, no Maracanã. A missão é tirar o time da lanterna do Campeonato Brasileiro. São apenas sete pontos somados em 11 rodadas.

- Satisfação em voltar ao Flamengo. Não é um convite, é uma convocação e profissionalmente uma possibilidade muito boa. Estava em um período com a família, vendo coisas pessoais, viajando, conversando com pessoas sobre futebol de fora do Brasil, trabalhei na Copa do Mundo. Agora, voltei para o mercado, tive sondagens e propostas importantes, mas entendi que ainda não era o momento. Até que surgiu essa proposta, convocação e achei muito bom - disse Luxemburgo.


Na sua volta, o treinador aproveitou para convocar o torcedor para o jogo de domingo, no Maracanã, lembrando a redução no preço dos ingressos. Além disso, confirmou o treinamento de sábado na Gávea e também chamou a torcida para apoiar o time na véspera do clássico com o Botafogo.

 Confira a entrevista completa:

Elenco
- Com a experiência que temos, o para trás vai ficar sempre para trás. A análise vai ser daqui para frente. Acompanhei todos os clubes, o mercado, e segui o Flamengo mais por ser flamenguista. Vamos trabalhar com esse grupo para buscar os objetivos do Flamengo. Daqui para frente, os jogadores têm que entender que faltam 27 rodadas e precisamos pensar em alguma coisa boa. A derrota ofusca muita coisa. Esse grupo ganhou a Copa do Brasil e o Estadual. Acabam esquecendo as coisas boas. O momento é de sacrifício, comprometimento...Falam que o elenco é fraco, é isso ou aquilo, mas a resposta vem nos 90 minutos. Quando o Flamengo ganhou a Copa do Brasil ou o Carioca, outras equipes eram fadadas a conquistar.

Reforços
- Vou continuar dizendo que contratação é assunto interno. Vocês têm que buscar a informação, mas é algo que tem que ser tratado internamente. Esse grupo tem condições de sair desta situação.

André Santos e Elano
- Estou daqui para frente. Isso tudo é assunto já definido anteriormente. Não são coisas que cabem a mim. Qualquer decisão a partir de agora, será internamente.

Agressão a André Santos
- Não é torcedor rubro-negro. É algo que não é concebível em lugar nenhum. No Corinthians, no Palmeiras... Não coloca o Flamengo, mas de um modo geral para defendermos a não violência. Não dá para achar que tudo tem que ser na pancadaria, porradaria.

Luta conta queda
- Não vou dizer que é um título. Não tenha dúvidas que o momento é de sair dessa confusão. O São Paulo, como eu disse, viveu essa situação. O Flamengo campeão brasileiro, virou o turno em 14º, 15º... Acho que vai acontecer coisa boa.

Salvador da pátria
- Me colocou em uma condição ruim. Me coloca em uma boa para eu pensar. Se eu não acreditasse que o clube tem condições, não estaria aqui hoje. A maioria dos técnicos brasileiros gostaria de estar aqui. O momento é complicado, mas não quer dizer que seja a realidade do Flamengo, o time tem condição de alavancar.

Diferenças para 2010
- Naquele época, em 2010, faltavam 10, 11 rodadas. Agora, são 27. Depois, ficamos o Carioca invicto e fomos para Libertadores. É nisso que o Flamengo tem que pensar. Agora, com 27 rodadas para terminar, as coisas são muito rápidas e dinâmicas. O São Paulo que foi tricampeão brasileiro chegou a visitar a zona complicada. Aqui, temos 12 grandes clubes, mas outros clubes centenários e que já ganharam o Brasileiro, como Coritiba, Sport, Bahia. O momento é delicado, mas temos que começar a alavancar pensando coisas diferentes. Não dá para esperara, a realidade não permite isso. É criar uma expectativa boa e trabalhar. Nós entendemos que temos que ter um comprometimento e um sacrifício maior.

Passagem pelo Fla
- Acho que o trabalho foi bom e todo mundo sabe o que aconteceu. Foi noticiado na época, e não cabe a mim trazer de volta. Tenho contrato até o fim de 2015 e não vai trazer nada de bom falar do passado. 

Clássico com o Botafogo
- Futebol são 90 minutos e é muito bom. Ainda mais em um clássico, onde tudo pode mudar. É sempre muito bom jogar com um rival antigo nosso, bom para sair dessa confusão. É uma boa possibilidade para nós.

CT, base e política
- Existe um rótulo. Estou diante de pessoas que formam opinião. Quero contribuir com a nossa capacidade com esse grupo jovem. Votei na Patrícia e não me arrependo. É democracia. Acho que o Bandeira e seu grupo e estão bem no clube e não tenho porque não trabalhar com ele..."
"São pessoas preparadas e entendem democracia. Minha defesa hoje é pelo Flamengo e pelo grupo. Fico feliz de ter contribuído com o CT e espero dar sequência, não com a Patrícia mais, mas com o Bandeira. Quero trazer benefício, sem ser egoísta ou em ficar preocupado em ser mais importante.

Gávea
- Isso foi algo bastante discutido na época que cheguei. Invadi o CT e as pessoas queriam que voltasse para lá. Na época, dizia que era importante fincar o pé, ter um local de trabalho, e esse lugar é aqui. Depois que for uma realidade, pode sair para treinar. Não vejo qualquer problema em ir. Agora, todos estão acostumados com o Ninho. Sábado, o treino é na Gávea? Vamos lá.

Vanderlei Luxemburgo Treino flamengo (Foto: Carlos Moraes / Agência Estado) 
Luxemburgo e toda a comissão técnica com a qual irá trabalhar no Flamengo (Foto: Carlos Moraes / Agência Estado)

Reciclagem
- Na Copa do Mundo eu trabalhei, analisei o que tem de moderno. Nada. Nós elogiamos bastante a Holanda, a Costa Rica, e nós abominamos o 3-5-2. Para mim, é retrógrado. Não vi nada de moderno. O que tem de necessidade é a mudança estrutural do futebol brasileiro.

Cara de Luxa
- Vou ver a partir do treino da tarde, de amanhã, e começar a definir o time. Sei das possibilidades utilizadas pelo Jayme, pelo Ney, e vou colocar o meu dedo. 

Deivid
Ele não é o meu auxiliar. É um estagiário, assim como o Gallo, o Ney... O Deivid é um jogador que eu gosto muito, teve uma época muito contestado, eu sempre banquei, e pode ficar aqui estagiando e aprendendo.

Jogos fora do Rio
- Esse assunto nós vamos discutir com a diretoria. Existe uma situação complicada. Nem tudo que um pensa é certo. É assunto interno. Não adianta falar o que eu penso, mas o que nós pensamos. Há uma série de interesses.

Diálogo
- Com certeza eu falei muita coisa e não vou te falar. Hoje é uma constante falar em zona de rebaixamento. Quem estiver insatisfeito deve falar com a diretoria. Quero que venham treinar felizes. As perguntas vão se sempre no negativo, mas preciso mostrar a eles o lado positivo.

Dividir a pressão
- A responsabilidade maior é nossa, minha e do Ximenes. Os jogadores têm que jogar, mas quem vai ser cobrado sou eu. Essa vinda de todo mundo é porque criou uma expectativa diferente. O jogador tem que saber que está aqui por alguma razão. Se tiver que botar a testa, será a minha.

Diferença de um clássico
- Se eu tiver certeza que esse jogo fosse o último, encararia como decisão, mas ainda temos 27 jogos para fazer coisa boa. É um rival importante, mas não é a decisão do campeonato.

Comprometimento
- Quando falo isso, é porque temos que ter esse comprometimento com quem nos contrata. Não falo por perceber alguma coisa. É uma posição generalizada.

Lado emocional
- Quero convocar o torcedor para comparecer domingo e sábado na Gávea para mostrar a força do Flamengo. Esquece o que estamos passando, nossa razão de ser é a nação rubro-negra. Precisamos do torcedor. Problemas momentâneos existem em qualquer clube. Que cobre, mas que nos incentive. Toda empresa tem metas, planejamentos são traçados. Temos que elaborar pontuação para sair da zona de rebaixamento, para ir para Sul-Americana, Libertadores.

Média de idade
- Não existe mais velho ou mais jovem. Existe mais experiente ou menos. Cada jogador tem sua importância e não vejo problema e jogador com 30 e poucos anos. Falam no Brasil que jogador está velho, ultrapassado, treinador, mas todo mundo vê jornalista velho, escrito. Fica mais sábio.

Críticas ao time
- Tem muita coisa complicada acontecendo ao mesmo tempo. O momento é do Flamengo se unir. Diretoria, comissão, jogadores, torcida. Quero estar entrosado com todos para o clube ficar forte.

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