sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pressionado, Ney pede paciência no Flamengo: "É precoce para avaliar"


Pressão. Seis vezes pressão. No Flamengo, a cobrança em cima de Ney Franco é proporcional ao número de partidas sem vitórias desde que retornou ao clube. Contratado para o lugar de Jayme de Almeida após a derrota no Fla-Flu da quarta rodada, o treinador viu piorar um cenário que já se desenhava sombrio com o comandante anterior. Pouco mais de dois meses após sua chegada, são três empates, três derrotas e uma amarga última colocação no Brasileirão. Retrospecto que coloca o técnico contra a parede, e ele sabe disso. 

Com a experiência de quem já perdeu o cargo no próprio Rubro-Negro por pressão na luta contra o rebaixamento, em 2007, Ney Franco aponta a situação como natural, mas ainda precoce. Dividindo o trabalho entre antes e depois da Copa do Mundo, o treinador pede tempo para que o time demonstre em campo tudo que trabalhou durante o Mundial e sabe que vencer é determinante para tirar a corda de seu próprio pescoço e do clube.

- A cobrança é natural por resultados. Em qualquer lugar, não só no Flamengo, com uma sequência negativa, o trabalho pode ser colocado em dúvida. Só não gostaria que este jogo do Atlético-PR fosse a única avaliação para o período de 30 dias. Temos o jogo com o Internacional, um clássico com o Botafogo, e sabemos que nosso trabalho é sempre visto pelo resultado em campo. Não estamos conseguindo neste início, mas a expectativa é de continuar trabalhando e insistindo.

Ney Franco no treino do Flamengo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) 
Ney Franco é o principal alvo da ira dos rubro-negros no momento (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)

O comandante rubro-negro lembrou que outras equipes também tropeçaram no retorno do Brasileirão e disse que alguns erros apresentados na derrota para o Atlético-PR só poderão ser corrigidos no decorrer dos jogos.

- O Internacional treinou 30 dias e perdeu para o Corinthians, o Palmeiras para o Santos, e por aí vai. Acho que é muito precoce avaliarmos 30 dias de trabalho em apenas um jogo. Logicamente, que se for uma sequência de dois, três, quatro, até chegaremos a uma situação de conversar abertamente sobre isso. Mas ainda é muito precoce. Há detalhes, ajustes que fazemos nos jogos. Nosso desafio é fazer essa sintonia fina.

Ney Franco não nega que a realidade apresentada pela tabela ao Flamengo assusta. Por outro lado, o técnico se mostra seguro do trabalho que tem desenvolvido e tenta evitar desespero.

- É uma situação preocupante, mas estamos trabalhando para sair. Temos potencial para sair, pelo elenco e pelo trabalho. Em alguns momentos, a bola bate na trave, não entra, mas não justifica. Não podemos ter desespero. Temos um norte para o trabalho e a expectativa é jogarmos melhor. Contra o Atlético-PR, não merecíamos uma derrota. Esperamos jogar melhor diante do Inter e ter a competência para fazer os gols. O momento não é o melhor, mas temos que juntar forças.

No caminho, o Flamengo terá um rival duro pela frente. Como o próprio Ney Franco faz questão de frisar, o Colorado tem um dos elencos mais completos do país e não são poucos os pontos fortes listados pelo rubro-negro.

- É um dos melhores elencos do futebol brasileiro. Se formos fazer uma avaliação, no início do campeonato todo mundo colocaria o Inter como time em condição de ser campeão. Contra o Corinthians, o Aránguiz fez falta. É um time que tem um meia como o D' Alessandro, que faz a diferença. O Fabrício é um dos melhores laterais do Brasil. Tem a experiência do Juan e do Dida. O Rafael Moura evoluiu muito com o Abel. O Willians é quem mais desarma, além do Abel, que é vitorioso. Vai ser um jogo difícil contra um candidato ao título.

Flamengo e Internacional se enfrentam no domingo, às 16h (de Brasília), no Beira-Rio, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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